A crise no sistema público de saúde brasileiro é evidente, e não é de hoje. Longa espera por exames e cirurgias, infraestrutura precária e falta de medicamentos são destaques na imprensa em todo o país. O aumento da demanda por atendimento e a falta de recursos estão entre os desafios enfrentados pelos gestores dia a dia.
Na Nova Alta Paulista a situação é similar. Por isso é definida com o principal problema enfrentado por prefeitos, que buscam na Amnap (Associação dos Municípios da Nova Alta Paulista) o fortalecimento para atendimento de suas demandas.
Com novo presidente, a entidade que representa 30 cidades - de Panorama a Herculândia - pretende realizar intenso trabalho de mobilização e sensibilização das autoridades estaduais e federais para melhoria do sistema regional.
O prefeito de Parapuã, Gilmar Martin Martins (PR), que está à frente da Associação, pontua que os investimentos municipais na área da saúde passam dos 25% das receitas da maioria das prefeituras, chegando a alguns casos a 30%, valores acima do determinado pela Constituição, que é de 15%. "E mesmo assim não está se resolvendo o problema", lamenta o novo presidente da Amnap.
Nos próximos dias o gestor pretende solicitar relatórios, a todos os municípios, com as demandas para elaborar documento único a ser entregue aos novos secretário estadual de saúde e ministro da saúde. "Algo tem que ser feito. Do jeito que está hoje os municípios não aguentam mais".
Outra demanda é em relação aos pacientes com câncer. Uma nova determinação da Secretaria Estadual de Saúde mudou a dinâmica de atendimento, que não será mais realizado em hospitais de referência - como Barretos e Jaú. "Não sabemos onde levar nossos doentes", diz Martins, que solicitará audiência com o médico José Henrique Germann, atual secretário estadual de saúde.
Em entrevista, o presidente da Amnap destacou ainda o trabalho realizado pelas gestões anteriores em relação ao tema. "Hospital regional vem se falando há muito tempo. É uma antiga reivindicação. Mas acredito que não precisamos construir um novo hospital, mas, sim, melhorar as estruturas das Santas Casas de Dracena, Adamantina, Osvaldo Cruz e Tupã. Buscaremos viabilizar recursos para reestruturação dos hospitais já existentes, ao invés de se construir um novo".