Todos os anos, no dia 25 de setembro, é comemorado no Brasil o Dia do Trânsito. Mas o que é trânsito e a que se refere essa expressão?
O trânsito refere-se à circulação de pessoas, animais e veículos em vias públicas ou privadas com o objetivo de obter um deslocamento ou transporte de uma determinada carga, de forma que o carregamento e o descarregamento dessa carga também são partes integrantes do que se entende por trânsito.
A criação do Dia Nacional do Trânsito ocorreu a partir da criação do Código Nacional de Trânsito em 1997. O objetivo era estabelecer uma campanha intensificada de conscientização das pessoas sobre o seu comportamento utilizando veículos ou agindo como pedestres. Geralmente, essa campanha é desenvolvida na Semana Nacional de Conscientização no Trânsito.
No Brasil, as estatísticas referentes aos acidentes de trânsito são alarmantes. Dados recentes divulgados pelo Observatório Nacional de Segurança Viária referentes ao ano de 2013 asseguram que morrem mais pessoas nesse tipo de acidente do que, por exemplo, de câncer. A maioria desses acidentes está relacionada com infrações cometidas pelos motoristas e até pelos pedestres, dentre as quais, destacam-se:
1. Uso do celular com o veículo em movimento;
2. Dirigir alcoolizado;
3. Excedência de velocidade;
4. A não utilização correta da sinalização do carro (seta, luz de alerta, faróis, etc);
5. A não tomada de distância segura em relação ao veículo da frente (algo comum nas rodovias);
6. Falta de manutenção técnica do veículo (motor, combustível, óleo, freios, pneus e demais equipamentos e acessórios do carro);
7. A não utilização do cinto de segurança e outros itens de segurança;
8. O desrespeito ou o desconhecimento da sinalização do trânsito;
9. O desrespeito ou o desconhecimento das leis de trânsito.
Ao longo dos últimos anos, o trânsito conheceu um aumento em seu número total de acidentes que colocou o Brasil em quarto lugar no ranking de maior número de mortes em acidentes de trânsito por ano, atrás somente de China, Índia e Nigéria. Em 2010, esse número foi de 42.844 óbitos, perfazendo um total de 22 mortes para cada 100 mil habitantes. Já em 2014, o número pulou para 48.349, segundo estimativas elaboradas pelo Instituto Avante Brasil.
Tal crescimento relaciona-se, sobretudo, com o aumento da frota de veículos no país, principalmente de motocicletas, que se envolvem na maioria dos acidentes. Por conta da crise financeira internacional e das medidas de promoção do crescimento econômico, o Governo Brasileiro concedeu muitas facilidades para a compra do carro zero, incluindo as sucessivas reduções ou isenções do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Tal incentivo não foi devidamente acompanhado por uma política de melhoria da mobilidade, embora muitas rodovias tenham sido reformadas e o Ministério das Cidades (com o Estatuto das Cidades) tenha sido criado com o objetivo de melhorar, entre outras coisas, o deslocamento e o acesso à cidade.
Nesse sentido, o Governo vem procurando criar medidas de contenção dos acidentes, incluindo campanhas de conscientização e o endurecimento de leis, com destaque para a Lei Seca, que impede que o condutor de um veículo dirija caso tenha ingerido bebida alcoólica em qualquer quantidade. Há leis também que colocam a necessidade de realizar uma educação sobre o trânsito na educação básica. Mesmo assim, esses esforços parecem não apresentar os efeitos desejados, haja vista que a imprudência dos motoristas ainda é muito grande.