Em audiência Pública realizada na Câmara Municipal de Osvaldo Cruz na tarde desta terça-feira (12), a Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) apresentou o projeto do novo lote de concessão de rodovias Piracicaba-Panorama lançado pelo governo do estado.
Considerada a maior concessão rodoviária de São Paulo conduzida pela Artesp, o lote abrange 1.201 quilômetros de rodovias e a estimativa de investimentos é na ordem de R$9 bilhões, em 30 anos.
Cerca de 200 pessoas entre autoridades, políticos, empresários, imprensa e representantes do público em geral, estiveram presentes na audiência.
A reportagem do Portal Metrópole de Notícias conversou com o Prefeito de Parapuã e Presidente da Amnap (Associação dos Municípios da Nova Alta Paulista), Gilmar Martin Martins, que falou sobre a preocupação da entidade com relação aos pedágios que serão implantados na região. "Aconteceu a apresentação dos técnicos da Artesp para as pessoas presentes. O que a gente analisou nessa apresentação é que as melhorias na rodovia vão favorecer a população, isso vai evitar acidentes. O que eles passaram é produtivo, mas estamos preocupados com os pedágios. Os valores ainda não estão definidos e nem a quantidades de praças de pedágios que serão implantadas na região. A Amnap vai tentar, através da sua força política, buscar algo que amenize os valores para a população. A duplicação com pedágio é irreversível, é algo que não temos poder de mudar, mas a nossa briga vai ser pela questão de uma tabela diferenciada para caminhoneiros e empresas que estão aqui. Temos que trabalhar em cima dessa questão, menos praças de pedágios e valores especiais, principalmente para transporte de cargas para que isso dê condição para que nossas empresas tenham competitividade para com as empresas da grande São Paulo.".
Entre os políticos presentes, estava o Deputado Estadual Ed Thomas (PSB), demonstrou total insatisfação com a concessão da rodovia. "As 200 pessoas ou mais que estiveram aqui na audiência são a favor de melhorias e duplicação, só não aguentamos mais a carga de pedágios. Não nos é oferecido nada, ou seja, quer ou não quer, vai acontecer. Pelo que vi na audiência, em agosto as praças de pedágios já começam a ser implantadas e depois de um ano é que as obras de melhorias vão começar. Eles dizem que são R$9 bilhões em investimentos, mas quem vai pagar isso tudo é o povo. Nós merecemos mais, essa é a minha posição. Quem sai de Presidente Epitácio e vai para São Paulo em um carro de passeio, gasta R$260,00, de caminhão R$1.000,00, isso sem falar em combustível e tudo mais, agora quem vai de Panorama também vai ter que pagar esse valor. É um absurdo. Isso não é demagogia, é obrigação, chega de pedágios, precisamos de investimentos.", destacou.
Ao contrário dele, o também Deputado Estadual, Mauro Bragato (PSDB), disse que é a favor da duplicação da rodovia e acredita que os investimentos trarão benefícios para a região. "Na verdade, essa audiência é muito importante porque ela traz a decisão de duplicar a Rodovia SP-294 de Marilia a Panorama. Essa é uma reivindicação antiga e o orçamento do Estado não consegue viabilizar essa melhoria. Então, através de concessão, isso será feito. Eu penso que o caminho é esse e está certo, o que precisamos fazer é fiscalizar a obra e os investimentos e buscar um bom senso na instalação das praças e tarifas. Penso que a grande revolta de políticos populistas é o pedágio, agora a população quer segurança nas estradas e investimento. Já faz 20 anos que temos esse modelo de concessão de rodovias no estado, São Paulo é o melhor avaliado em matéria de rodovias seguras e bem construídas, então precisamos pensar nisso também. Acredito que essa duplicação vai trazer mais desenvolvimento para a região."
A reportagem do Portal Metrópole de Notícias conversou também com Milton Neves, representante do GrupOeste de Osvaldo Cruz, que realizou uma manifestação contra a instalação das praças de pedágios na região. "O objetivo principal da nossa manifestação é questionar a implantação do pedágio, que seria imediata, sendo que as melhorias podem ser feitas em até 10 anos dependendo do trecho da rodovia. Fora a tarifa abusiva, isso significa que teremos reajuste em tudo, mercados, material de cesta básica, tudo será reajustado. No ramo transporte rodoviário, falando pelo GrupOeste, nós trafegamos todos os dias nas rodovias, digamos que em uma viagem de Panorama até Bauru, pagaremos cerca de R$500,00 a mais por viagem. Nós temos quase 400 caminhões e são pelo menos cinco viagens desta diariamente, isso torna o nosso negócio inviável. Pelo que senti na audiência o governo vai empurrar isso goela abaixo. Estamos organizando mais manifestações, vamos fazer adesivos para colocar nos caminhões, mas pelo visto, não vai ter muito o que fazer sobre o assunto.", finalizou.