O MPE (Ministério Público Estadual) ingressou com pedido de remoção a presídios federais, de 15 integrantes de uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios paulistas, que estão em cárcere na Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira, conhecida como P2, em Presidente Venceslau. Entre os nomes, está o de um dos principais líderes da organização. O documento foi ingressado na semana passada, e está sendo analisado pelo juiz Paulo Sorci, da 5ª Vara de Execuções Criminais de São Paulo. Após este processo, o magistrado consultará o governador Márcio França (PSB) para que ele se manifeste contra ou a favor da remoção.
A reportagem entrou em contato com o órgão estadual para repercutir o assunto. No entanto, foi informada que nenhuma declaração seria dada no momento, uma vez que o pedido de transferência estaria sendo feito em sigilo. A informação sobre o pedido foi publicada em edição de ontem da "Folha de São Paulo". Segundo informações do periódico, o juiz poderá determinar a remoção dos presos mesmo que o governo se posicione contra a decisão, que será manifestada por meio da SSP (Secretaria de Segurança Pública) e da SAP (Secretaria de Administração Penitenciária). A gestão poderá entrar com recurso.
Por telefone, a Assessoria de Imprensa da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informa que a pasta ainda não foi notificada oficialmente sobre a transferência dos presos, uma vez que os pedidos ainda estão sendo avaliados pelo juiz Paulo Sorci. Até o fechamento desta edição, a SAP não se posicionou sobre o assunto.
Em visita a Presidente Prudente no dia 9 de novembro, durante um encontro com promotores de Justiça regionais, o procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Gianpaolo Poggio Smanio, descartou qualquer indício de que a facção atentasse contra os agentes de segurança diante do até então possível pedido de transferência dos presos. Na época, afirmou que "a situação estava sendo monitorada e controlada", com apoio de forças do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e MPE, junto às polícias Civil e Militar e à SAP.
Estudo de remoção
Como noticiado por este diário, o estudo da remoção de 15 presos pertencentes à facção criminosa, que atua dentro e fora dos presídios paulistas, começou a ser feito em outubro, quando o serviço de inteligência do governo do Estado de São Paulo detectou um possível plano de resgate de um dos líderes da facção, bem como de outros integrantes que estão presos na P2 de Presidente Venceslau. Diante disso, um grande esquema de segurança, com armamentos de guerra, foi montado ao redor da unidade prisional.
Foi noticiado na época que o desejo do Ministério Público e da Polícia Militar é de que ocorra a transferência “imediata” dos presos, em razão do grande esforço e recursos empregados para evitar as tentativas de resgate. Por outro lado, o governador Márcio França (PSB) ainda não havia se posicionado abertamente sobre o assunto.