Pioneiro no interior do Estado de São Paulo na utilização de essências sintéticas no treinamento de cães de faro, o 8° Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) da Polícia Militar realizou nestas quarta (29) e quinta-feiras (30), pela primeira vez, um simpósio para apresentar para outros canis o manuseio do material e seus benefícios no aprimoramento do trabalho policial.
A preparação do cão com esse tipo de produto, que visa prepará-lo para a detecção de drogas sintéticas, teve início neste ano em Presidente Prudente.
Integrante da equipe do Canil, a cabo Simone Belasco disse ao G1 que os canileiros do 8º Baep "vêm buscando novas formas de revolucionar o treinamento, de atualizar o treinamento com cães, haja vista que o crime também se atualiza".
Além de drogas sintéticas, como LSD, ectasy, metanfetamina e heroína, a aquisição de essências sintéticas possibilita a localização de explosivos, modalidade a qual a equipe também tem o intuito de formar cães de faro.
"Com a aquisição dessas essências, a gente resolveu fazer esse simpósio para dar oportunidade de outros canis setoriais terem acesso, a ver como funciona, como é o manuseio e toda a forma de treinamento com a essência. A gente quis compartilhar esse conhecimento e com a realização do simpósio a gente acaba aprendendo muita coisa também", disse ao G1 a cabo Belasco.
O evento abordou a nova sistemática de utilização do "painel de faro" com as essências e o método de reforço "por captura de comportamento", o que proporciona apresentar ao cão o odor do entorpecente livre de contaminação.
Também houve a montagem de pistas simulando ocorrências reais que as equipes podem se deparar no dia a dia do policiamento com cães.
Complemento
A policial militar ressaltou que "a essência vem complementar o treino que já era realizado". "A gente viu a necessidade de atualizar nossos cães por causa da nossa localização, uma região com muitos presídios e faculdades", comentou ao G1.
"Temos a esperança de que isso vá trazer uma melhora muito grande para os nossos cães na localização das drogas que eles já localizam e agora drogas novas que a gente ainda não trabalhava. É uma modalidade nova pra gente, tanto o explosivo quanto drogas sintéticas, que nunca tivemos cães que localizasse drogas sintéticas".
Benefício
O cabo Éder Ricardo Fernandes, do 31º Batalhão da Polícia Militar do Interior, em Ourinhos, agradeceu o convite para participar do simpósio e salientou que "é de suma importância a participação, pois estamos dando início ao treinamento com cães na nossa unidade".
"A experiência e conhecimento aqui adquiridos com certeza vai auxiliar muito o nosso trabalho com nossos cães", declarou.
Evento
O 1° Simpósio de Cães de Faro do 8° Batalhão de Ações Especiais de Polícia apresentou a nova técnica de trabalho com a utilização de essências desenvolvidas em laboratório com concentração do princípio ativo das drogas potencializado.
Foram apresentadas as essências de drogas sintéticas (ecstasy, LSD, heroína e metanfetamina), o que garante um trabalho mais preciso dos cães de faro.
Participaram policiais do 1º Baep (Campinas), 25º BPM/I (Dracena), 27º BPM/I (Jaú), 31º BPM/I (Ourinhos) e 22º BPM/I (Tatuí).
'Embrião'
O tenente João Claudio Corrente, de Campinas, declarou que este foi um evento de "extrema importância", tendo em vista que uniu várias unidades que trabalham com cães e que foi voltado à parte operacional. "Com certeza será um embrião de muitos eventos para o futuro", colocou.
O oficial ainda ressaltou que todos saíram satisfeitos com o apoio. "Teve muita troca troca de ideia, muita conversa, pontos de vista diferentes,sempre visando o denominador comum, que é buscar melhores resultados".
"Na parte de treinamento, existem inúmeras técnicas, inúmeras formas de preparar os cães, mas todo mundo, com o mesmo objetivo e focado, tem um excelente resultado, em oferecer um serviço de melhor qualidade pra Polícia Militar e, em consequência, para a sociedade", finalizou o tenente.
Foi "uma soma de conhecimentos para chegar a um padrão de treino" e aperfeiçoamento, afirmou o cabo João Paulo, do 27º BPM/I.
"Quando nos juntamos para essa soma de conhecimento, a gente vê que cada um tem seu jeito de treino, cada um tem sua experiência própria, e vê que a gente pode estar sempre buscando novas fórmulas de treinamento para nossos cães", declarou.