A falta de diesel na Argentina vem aumentando a preocupação de desabastecimento no Brasil. De acordo com fontes da área de distribuição de combustíveis, o setor está em estado de “alerta”.
As distribuidoras vêm fazendo cortes de ao menos 20% nos pedidos feitos pelos postos. A maior preocupação hoje se concentra nas regiões Norte, Nordeste e no interior do país, por ser considerado “ponta de logística”.
Um dos sinais da preocupação é o reforço dos estoques das grandes distribuidoras, que passou de sete para nove dias, por exemplo.
A perspectiva é que a situação de abastecimento no Brasil piore nas próximas semanas com o escoamento da safra agrícola no país e o verão no Hemisfério Norte, quando os países começam a ampliar estoques, reduzindo a oferta global de combustíveis, de acordo com especialistas.
Outro fator que prejudica as importações de combustíveis — o Brasil não produz tudo o que consome — é o preço praticado pela Petrobras. Mesmo com o reajuste da semana passada, os preços das refinarias da estatal ainda é menor que os dos importados, segundo a Abicom.
A entidade que reúne as importadoras estima que a diferença de preços no diesel está em 8%, de R$ 0,46 por litro. No caso da gasolina, a defasagem é de 5% (R$0,22 por litro).
Procurada, a ANP informou que vem monitorando diariamente o abastecimento nacional de combustíveis: “No momento, o abastecimento ocorre com regularidade no Brasil”.