O advogado Sidnei Alzidio Pinto, morador em Lucélia e com escritório de advocacia em Adamantina, oficializou nos últimos dias às autoridades de Adamantina e Lucélia, entre outras, um pedido de providências conjunta na tentativa de reduzir a alta incidência de acidentes de trânsito na vicinal que liga as duas cidades. Cópia dessa comunicação também foi enviada pelo advogado à imprensa.
O reclamante mora às margens da vicinal, no trecho que tem o nome Vicinal João Vaz Pinto, em Lucélia, e há anos ele e sua família transitam diariamente a Adamantina, onde está instalado o escritório jurídico. "Resido às margens da vicinal Lucélia/Adamantina e por isso estou inteirado dos incontáveis e seríssimos acidentes que nela acontecem", diz.
Segundo o advogado, o trecho tem cerca de dois quilômetros, o que define como "dois mil metros fatídicos". Ele juntou documentos datados desde 1993 e cópias de comunicações que já fez às autoridades, além de publicações da imprensa.
Como morador ao longo da vicinal, relata que os acidentes, ao longo da via que liga as duas cidades, já mataram 25 pessoas. "Já fiz todo tipo de motivação possível para sensibilizar as autoridades a darem a devida atenção para essa estrada, visando evitar os acidentes que seguidamente acontecem e já ceifaram a vida de vinte e cinco pessoas", revela. "Sem contar que muitas vítimas foram gravemente feridas e outras até hoje estão inválidas", completa.
No documento, o advogado cita as duas mortes mais recentes, ocorridas na rodovia, em 21 de outubro deste ano, vitimando fatalmente dois jovens lucelienses, João Victor Coalho da Silva e Saymon Daniel, além de vitimar gravemente uma terceira pessoa (reveja). "Pessoas simples, de famílias humildes", reforça. "Tenho dito e repito: enquanto não morrer algum filho de "família importante", a indiferença continuará. É necessário, indispensável, que as duas comunidades se unam e façam alguma coisa para diminuir a espantosa quantidade de acidente nesse trecho. Em todos os finais de semana ocorre um", completa.
Obstáculos, radares e outras melhorias
No documento, além de cobrar providências das autoridades, o advogado apresenta sugestões. "Precisam ser tomadas providências com urgência. É necessário consultar especialista em trânsito para saber o que é melhor fazer", relata.
Entre as sugestões do advogado, está a instalação de novos redutores de velocidade, como já ocorreu no trecho adamantinense da vicinal, que recebe o nome de "Moysés Justino da Silva", entre o Lar dos Velhos e o Jardim Bela Vista, que recebeu redutores de velocidade nos dois sentidos de direção. "Qualquer leigo sabe que se fossem colocadas algumas lombadas, por exemplo, a cada 200, 300 metros, a velocidade seria obrigatoriamente reduzida, consequentemente diminuindo a possibilidade de acidente”, sugere. “É muito melhor ter o desconforto de 4, 5 obstáculos, do que ver a família de outras vítimas chorando a perda de um ente querido", sugere.
Ele também citou a Resolução 600, de 24/05/2016, do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), que normatiza a dimensão das lombadas. "Basta levantar corretamente as lombadas para que o motorista possa diminuir a velocidade, passar sem solavancos e sem sequer precisar parar o veículo", diz.
Outra sugestão do advogado é a instalação de radares eletrônicos, que forçariam os motoristas à redução da velocidade, e a iluminação de toda a extensão da vicinal, o que poderia contribuir para minimizar o problema. "E para iluminar a vicinal de Adamantina/Lucélia basta um pouco de empenho: é só instalar as lâmpadas, pois a empresa goodU já antecipou que cede seus postes para recebê-las", revela.
Ao final do documento, o advogado conclama as autoridades a fazer alguma coisa para pôr fim aos acidentes e às mortes na vicinal. "Fica registrado mais este pedido, na esperança de que não seja desconsiderado e que propicie motivação para a solução do problema", afirma no documento dirigido às autoridades.