Onça-parda ameaçada de extinção morre atropelada na Rodovia Rodolfo Ribeiro de Castro

10/05/2023 08h29 Animal foi encontrado sem vida na manhã desta terça-feira (29), na via entre Nantes (SP) e Iepê (SP).
Por G1, Nantes (SP)
Onça-parda ameaçada de extinção morre atropelada na Rodovia Rodolfo Ribeiro de Castro (Foto: Cedida)

Uma onça-parda morreu atropelada na manhã desta terça-feira (19), na Rodovia Rodolfo Ribeiro de Castro (SP-421), entre Nantes (SP) e Iepê (SP). Esta é a terceira onça que morre atropelada em menos de 20 dias no Oeste Paulista.

A Polícia Militar Ambiental foi acionada para ir até o local.

Ainda conforme o policiamento, segundo informações preliminares, uma equipe do Departamento de Estrada de Rodagem (DER) foi até a via mencionada e não encontrou o corpo do animal.

Os outros dois casos vitimaram onças-pintadas que morreram atropeladas na Rodovia Arlindo Bettio (SP-613), que corta o Parque Estadual Morro do Diabo, em Teodoro Sampaio (SP).

O primeiro atropelamento aconteceu no último dia 23 de abril, no km 16 da via. Uma onça filhote de aproximadamente nove meses foi encontrada sem vida e recolhida pelos vigilantes do parque, com apoio da Polícia Militar Ambiental.

Já o segundo animal, morreu atropelado cinco dias depois, no km 15 da mesma rodovia. De acordo com o capitão Júlio César Cacciari de Moura, da Polícia Ambiental, o motorista que atingiu a onça-pintada de aproximadamente dois anos fugiu do local e não foi localizado.

Onça-parda

Também conhecida como suçuarana, puma, onça-vermelha e leão-baio, a onça-parda (Puma concolor) é a segunda maior espécie de felino do Brasil, só ficando atrás da onça-pintada (Panthera onca). Tem corpo alongado, com até 1,08 metro de comprimento. A cauda longa mede até 61 centímetros e a altura é de 63 centímetros.

O macho adulto pode pesar por volta de 70 quilos. A pelagem da suçuarana tem coloração uniforme, variando entre marrom-acinzentado bem claro e marrom-avermelhado escuro. Geralmente os animais que vivem em florestas são menores e mais escuros e os que habitam regiões montanhosas são maiores e mais claros.

Possuem hábitos noturnos (predominantemente) e diurnos, caçam a qualquer hora do dia com certa tendência ao horário de crepúsculo.

Embora seja uma espécie terrestre, possui muita habilidade para subir em árvores e é muito ágil. A suçuarana vive solitária, menos na época de acasalamento.

Pesquisas comprovaram que a suçuarana é o predador mais eficiente e mais flexível entre os felinos. Ela consegue alimento em 75% das vezes em que parte para o ataque.

A alimentação inclui desde pequenos roedores até mamíferos de grande porte (capivaras, veados e catetos), aves e répteis.

O período de gestação varia entre 84 e 98 dias, e nascem de um a seis filhotes, cada um com 220 a 440 gramas de peso.

A espécie é considerada vulnerável e ameaçada de extinção.

Segundo o biólogo André Gonçalves Vieira, responsável por diversos levantamentos de fauna em Presidente Prudente (SP), a onça-parda não tem o hábito de atacar pessoas, a não ser que se sinta acuada, com filhotes ou extrafragilidade alimentar.

“Infelizmente, com a perda de seu habitat natural (cobertura vegetal nativa) e, consequentemente, queda de presas (alimentos), esse animal passa cada vez mais a ser observado próximo de áreas urbanas”, salientou Vieira.

“Uma das maiores ameaças à sobrevivência dos felinos selvagens em todo o mundo é a perda de habitats em virtude da expansão urbana, da matriz agropecuária, a retaliação por predação de animais domésticos e os atropelamentos. Portanto, é sempre importante obedecer aos limites de velocidade das vias e se manter atento”, salientou ao g1 o biólogo Rondinelle Artur Simões Salomão.

Salomão ainda orientou que, ao avistar um animal selvagem nas vias, é importante manter uma distância considerável e não tentar afugentá-lo.

“Esses animais não oferecem riscos diretos aos seres humanos e, se não forem incomodados, seguirão seu caminho. Onças-pardas só se defendem nos casos em que ficam acuadas ou estão protegendo suas crias”, ressaltou.

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