Desde que a concessão de lotes de rodovias foi anunciada pela atual gestão do governo do Estado, com a possibilidade de instalação de seis novas praças de pedágios na 10ª RA (Região Administrativa) do Estado de São Paulo, o Sindicato de Transportes de Cargas de Presidente Prudente e Região tem acompanhado e informado consumidores e empresas que o valor do frete deve sofrer reajustes, já que "é impossível" a absorção destas novas taxas por parte dos empresários. "Isso vai impactar de maneira direta, mas não temos ainda uma previsão de quanto e quando será esse repasse, pois é cedo. De qualquer forma, discordamos dessa concessão anunciada", informa o presidente Antônio Carlos Fernandes.
Conforme noticiado na edição de ontem deste diário, a concessão diz respeito ao lote "Piracicaba - Panorama", que tem todas as informações disponíveis nas minutas de edital e contrato no site da Artesp (Agência Reguladora de Transporte Estado de São Paulo). Dentro dos anexos está prevista a instalação de uma praça em Rancharia, no km 532 da Rodovia Prefeito Homero Severo Lins (SP-284); outras duas em Martinópolis, nos kms 400 e 434 da Rodovia Assis Chateaubriand (SP-425); em Tupi Paulista, em Santa Mercedes e em Lucélia, nos quilômetros 665, 670 e 589, respectivamente, da Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294).
A Artesp, no entanto, revelou, conforme noticiado, que todos os locais apresentados são de propostas preliminares e que só serão definitivas com a publicação do edital. Acrescenta que na região de Presidente Prudente serão realizadas "grandes obras", abrangendo cerca de 200 quilômetros, incluindo: duplicação da SP-294, no trecho entre Osvaldo Cruz e Pauliceia; duplicação da SP-284, inclusive no trecho entre Rancharia e Martinópolis; duplicação da SP-425, incluindo o trecho entre Parapuã e Martinópolis.
O Sindicato de Transportes de Cargas de Presidente Prudente e Região, no entanto, considera que a chegada de seis novas praças de pedágio na região significa "apenas malefícios", já que, para o presidente, empresas e consumidores deverão se preparar para arcar com preços mais altos, por exemplo, nos fretes. "Esse reajuste é necessário, pois, caso contrário, sairemos sempre no prejuízo e não podemos absorver tais repasses para sempre. Vejo que são trechos muito próximos e que não precisam neste momento de praças de pedágio, pois mesmo aquelas que já existem na região, não ofertam nenhum tipo de melhoria, só vemos reclamações".
Antônio informa ainda que uma das propostas, a de pagamento por trecho e não mais por praça, é "algo impossível de se viabilizar", pois ele dificilmente acredita que um processo poderá categorizar de forma justa o preço a ser pago, uma vez que a concessionária teria dificuldades em mapear esse uso. "Ouso a dizer ainda que o comércio será muito prejudicado, pois pessoas da região vão deixar de passar por Presidente Prudente para realizar suas compras, pela quantidade de pedágios que vão pagar. Precisamos ver aonde isso tudo vai para", comenta.
A reportagem tentou contato com o presidente da Acipp (Associação Comercial e Empresarial de Presidente Prudente) para entender melhor esse possível malefício ao comércio, mas não recebeu um retorno até o fechamento desta matéria.