LUCÉLIA - A estrada vicinal Paschoal Milton Lentini (LCL 010), em Lucélia, que liga o município à cidade vizinha Bento de Abreu, e é o acesso para o Parque Municipal Salto Botelho, uma indústria sucroalcooleira e uma penitenciária, além de ser o eixo principal de deslocamento a centenas de propriedades rurais, já apresenta dezenas de pontos críticos e crateras no pavimento recém recapeado, em uma obra contratada pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), finalizada, que custou R$ 21,7 milhões aos cofres públicos estaduais.
A atual condição de trechos da estrada vicinal foi relatada por internautas, ao Siga Mais, depois da publicação de reportagem no dia 25 de agosto que denunciou a constatação de mais de 40 pontos com buracos na rodovia Plácido Rocha, que liga a Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294) a Valparaiso, também recém recapeada em programa do governo estadual, ao custo de R$ 17,8 milhões.
Após a publicação, internautas comentaram nas redes sociais e enviaram mensagens ao portal relatando situação semelhante na estrada vicinal do município de Lucélia. Na tarde do último domingo (30), a reportagem o Siga Mais percorreu todo o trecho e confirmou as reclamações, produzindo um amplo registro fotográfico que contabiliza mais de 60 buracos no leito da pista, em diferentes condições.
A obra de recuperação e melhorias da estrada vicinal Paschoal Milton Lentini foi realizada dentro do Programa Novas Vicinais, do governo estadual, anunciada em junho do ano passado, contemplada na fase 3 do programa, lote 49, com extensão de 33,8 km e investimento total de R$ 21.788.458,91. Em janeiro desse ano a obra foi Iniciada.
O QUE DIZ O DER - Nesta segunda-feira (31) o Siga Mais fez contato com o DER, sobre a obra. A resposta do órgão estadual foi recebida nesta terça-feira (1). Por meio de nota, o DER afirmou que a obra está finalizada, porém fará uma vistoria nos próximos dias para verificar as questões críticas apontadas pela reportagem. “A obra está finalizada, mas o Departamento ainda fará vistoria para identificar eventuais pendências a execução”, diz o texto. “O DER também informa que notificará a empresa executora para saneamento das irregularidades no pavimento”, completou o órgão estadual, ao Siga Mais.
QUILÔMETRO A QUILÔMETRO - Para verificar as críticas dos usuários da rodovia, o Siga Mais percorreu no domingo toda a extensão do trecho em que foi realizada a obra de recapeamento. Como na reportagem similar publicada anteriormente, sobre a rodovia em Adamantina, também anotou quilômetro a quilômetro as ocorrências.Na estrada vicinal Paschoal Milton Lentini, as falhas no pavimento e buracos já ocorrem a partir do quilômetro zero da rodovia, e se repetem com bastante frequência até a altura do bairro União, em diferentes características, com ocorrências de buracos ou falhas no pavimento isoladas, e outras ocorrências em que os registros estão agrupados, ocupando todo o pavimento nesses trechos, nos dois sentidos de direção da pista recém recapeada.
Já a partir do quilômetro 1 há uma faixa com extensão estimada em mais de cem metros, com irregularidades no pavimento. Nessa área as ocorrências também foram contadas, uma a uma.
Há ainda casos mais graves, com crateras no novo asfalto, como ocorre na altura do quilômetro 5. Para não cair nos buracos, veículos leves, caminhões e ônibus desviam, avançando na faixa de direção contrária. A manobra arriscada ocorre quando não há veículos na direção oposta. Entre o bairro União e a empresa sucroalcooleira são poucas as ocorrências. Já depois da indústria até a ponte sobre o Rio Aguapeí, não foram identificados pontos falhos relevantes.
Outra constatação verificada durante o deslocamento da reportagem pela vicinal é a ocorrência de trechos do pavimento que já receberam reparos, em áreas que foram recortadas para reaplicação de massa asfáltica. Em diferentes pontos, usuários da rodovia são surpreendidos pelas irregularidades no pavimento. Confiantes de que a obra de recapeamento restabeleceu uma trafegabilidade mais segura, empregam velocidade, mas precisam fazer redução brusca, quando visualizam e aproximam desses locais críticos e de risco.