Fernandinho Beira-Mar foi transferido do presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, de onde dois presos da mesma facção dele fugiram no dia 14 de fevereiro. Beira-Mar foi levado para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, em uma operação sigilosa no último sábado (2).
Pelo menos outros dois detentos também foram transferidos de Mossoró para Catanduvas: Railan Silva dos Santos e Selmir da Silva Almeida. Os dois são do Acre e chegaram à Penitenciária de Mossoró junto com Deibson Nascimento e Rogério Mendonça, que fugiram em 14 de fevereiro.
Ao todo, 23 presos foram transferidos no último sábado (2) de Mossoró para as outras quatro penitenciárias federais (veja a íntegra da nota da Secretaria Nacional de Políticas Penais ao final da reportagem).
Inicialmente, 24 presos seriam transferidos. Mas, segundo a apresentadora da GloboNews Daniela Lima, um juiz de Mossoró suspendeu a transferência de um deles. Até a última atualização desta reportagem, não havia sido confirmado se a suspensão ocorreu antes ou depois de o preso deixar Mossoró nem em que local ele está no momento.
Beira-Mar tinha chegado à Penitenciária de Mossoró neste ano, quando foi transferido de Campo Grande, em 13 de janeiro. Na ocasião, Marcinho VP fez o caminho inverso, deixando Mossoró e indo para Campo Grande, numa medida tomada pela Polícia Federal Penal por questão de segurança.
Em nota, a Corregedoria da Penitenciária Federal de Mossoró afirmou que o rodízio de internos entre as penitenciárias do Sistema Penitenciário Federal é uma estratégia de rotina e ocorreu a pedido do diretor do Sistema Penitenciário Federal (veja a íntegra da nota ao final da reportagem).
A fuga de Deibson Nascimento e Rogério Mendonça da Penitenciária Federal de Mossoró no último dia 14 foi a primeira a ser registrada na história do sistema prisional federal, criado em 2006.
As buscas pelos dois fugitivos permanecem concentradas na área rural e Baraúna, que faz divisa com o Ceará. Os municípios são ligados pela RN-015, onde fica o presídio.
A operação para recaptura envolve mais de 600 agentes de segurança, que atuam de forma integrada. São policiais federais, rodoviários federais, militares e civis, além da Força Nacional.
Veja nota da Corregedoria da Penitenciária Federal de Mossoró:
O rodízio de internos entre as penitenciárias do Sistema Penitenciário Federal é estratégia de rotina. A transferência de presos da Penitenciária Federal de Mossoró, nas últimas horas, foi autorizada, mediante solicitação do Diretor do Sistema Penitenciário Federal, pela Corregedoria da Penitenciária Federal de Mossoró, tendo em conta essa necessidade de rodízio.
Ademais, a Portaria nº 615, de 2024, do Ministério da Justiça, autorizou o emprego de Força Penal Nacional, em caráter episódico e planejado, para treinamento, sobreaviso e reforço da segurança externa da Penitenciária Federal em Mossoró.
O treinamento intensivo quanto ao cumprimento dos protocolos de segurança, que conta com a participação também do Grupo de Ações Especiais Penitenciárias, está sendo realizado dentro da unidade prisional, o que requer a redução da quantidade de internos.
O efetivo transferido e o atual mantido na unidade não serão divulgados por questão de segurança.
Assessoria de Comunicação da Justiça Federal do RN
Veja nota da Secretaria Nacional de Políticas Penais
A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), por intermédio da Diretoria do Sistema Penitenciário Federal (DISPF), realizou, entre os dias 1º e 3 de março, o rodízio periódico de 23 presos entre as Penitenciárias Federais, com a finalidade de garantir o enfraquecimento das lideranças do crime organizado.
Ressalta-se que o remanejamento de presos no âmbito do Sistema Penitenciário Federal é medida importante para seu perfeito funcionamento, pois visa impedir articulações das organizações criminosas dentro dos estabelecimentos de segurança máxima, além de enfraquecer e dificultar vínculos nas regiões onde se encontram as Penitenciárias Federais.
É importante salientar que a movimentação dos internos é parte da rotina das unidades e, por questões de segurança, a Senappen não informa a localização dos presos, nem detalhes dessas operações.