Dados divulgados pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) apontam que o número de medidas protetivas concedidas a mulheres em Araçatuba (SP) aumentou 23% neste ano, em relação ao mesmo período em 2023. Foram 63 casos em 2024, contra 51 nos primeiros meses do ano passado.
Já o número de prisões em flagrante por violência doméstica cresceu 7%, saltando de 42 no ano passado para 45 em 2024.
"Muitas vezes, esse aumento de índice não é o aumento da violência contra a mulher. É o encorajamento da mulher, que deixou de ser submissa e, hoje, enfrenta o problema. Ela denuncia e procura os órgãos necessários para que seja protegida", explica o delegado Getúlio Nardo, em entrevista à TV TEM.
A violência doméstica se manifesta de diversas formas. Segundo a Lei Maria da Penha, ela pode ser física, psicológica, moral, sexual e patrimonial.
Uma mulher que não quis ser identificada contou, em entrevista à TV TEM, que foi agredida por dez anos.
"Ele começa de uma forma muito leve. Aquela forma que você não percebe a pessoa te diminuindo, te desprezando com palavras e atitudes. Depois, começam a vir as agressões físicas. Um empurrão, uma puxada de cabelo sem querer. Até chegar à violência."
Ela conta que permaneceu por muito tempo no relacionamento por ter criado uma dependência com o companheiro, e também porque não encontrava outra forma de viver longe dele.
Esse tipo de violência não se manifesta somente entre marido e mulher, mas também em outros tipos de relação, como, por exemplo, de mãe e filho, e, até mesmo, com outros familiares.
Segundo Juliana de Barros, coordenadora da Casa da Mulher Paulista em Araçatuba, a maior parte dos casos ainda acontece entre companheiros e ex-companheiros, porém, vem sendo registrado um aumento de violência praticada pelos filhos:
"Nós temos casos em que são adolescentes, outros casos em que são filhos adultos e cometem violência contra a mulher. Esses casos são mais difíceis para ela compreender, porque é uma relação de mãe e filho, e as mulheres, muitas vezes, se sentem culpadas", disse em entrevista à TV TEM.
Como procurar ajuda
Em Araçatuba, a Casa da Mulher oferece atendimento psicológico, com assistente social e jurídico em total sigilo, buscando o melhor caminho para apoiar a mulher.
Com a medida, o agressor é proibido de se aproximar da vítima. A determinação é expedida apenas com a denúncia, sem precisar escutar o outro lado. Segundo a Lei Maria da Penha, a quebra da medida protetiva é considerada um crime.
A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) é especializada no atendimento a esses casos, oferecendo à vítima assistência e proteção.
Na sub-região de Araçatuba, a DDM está presente em Araçatuba, Birigui e Penápolis. Nos municípios sem o órgão, a denúncia deve ser feita na Polícia Civil.