As principais centrais sindicais da França convocaram para hoje (10) uma paralisação geral dos transportes, da educação, da saúde e dos correios em toda ao país, com cinco linhas de metrô fechadas em Paris e muitas outras com tráfego reduzido.
Cerca de 12 milhões de pessoas deslocam-se diariamente na região de Paris, por meio dos transportes públicos, e muitos meios de comunicação social já chamam esta quinta-feira de "dia negro".
Desde a greve do fim de 2019, quando os transportes em Paris ficaram sem operar por mais de um mês, que uma paralisação geral não perturbava tanto a capital francesa.
Apenas duas linhas de metrô estão funcionando plenamente, já que são automáticas. Cinco linhas estão completamente paradas e as restantes funcionam apenas nos horários de pico, segundo a imprensa francesa.
Os trens suburbanos também vão ter circulação muito reduzida, assim como os elétricos de superfície. Apenas dois em três ônibus devem circular.
Os trabalhadores da empresa RATP, que administra os transportes públicos em Paris, pedem aumento dos salários, assim como do número de funcionários. O fato de o antigo primeiro-ministro francês, Jean Castex, ter assumido funções à frente da empresa pública não ajudou as negociações, assim como a intenção de abrir as linhas de ônibus à concorrência até 2025.
Essas paralisações nos transportes públicos estendem-se também a Nice, Estrasburgo e outras cidades francesas, onde o aumento do custo de vida se faz sentir, especialmente desde o início da guerra na Ucrânia.
Quanto aos comboios de longo curso, não se esperam grandes perturbações, havendo alguns trajetos regionais em que a frequência será reduzida.
Por trás desta greve, a CGT, uma das maiores centrais sindicais do país, continua a ter reivindicações como o aumento do salário mínimo para 2 mil euros brutos e a indexação dos salários à inflação, algo que acontecia na França até 1983.
Outra motivação é a reforma do sistema de pensões, com o governo a apresentar o seu projeto no início de 2023, estando certo o aumento gradual da idade da reforma até 2025.
Quanto aos outros setores, prevê-se que muitas cantinas escolares estarão fechadas, assim como as atividades de tempos livres nas escolas públicas, que permitem aos pais irem buscar os filhos mais tarde. Também os transportes escolares serão afetados.