Redes de Joe Biden e Kamala Harris atualizam logotipo da campanha presidencial

22/07/2024 00h00 Perfis de presidente dos EUA e vice já mostram imagens que dizem
Por: g1, Estados Unidos
Redes de Joe Biden e Kamala Harris atualizam logotipo da campanha presidencial Perfil de Joe Biden na rede social X atualiza logotipo de campanha, que passa a dizer 'Harris for President' (Harris para presidente) — Foto: Rerodução/Redes Sociais

As redes sociais de Joe Biden e de Kamala Harris passaram a divulgar, nesta segunda-feira (22), um novo logotipo para a campanha presidencial, desta vez com o nome de Harris em destaque. 

No perfil de Biden na rede social X, a imagem de fundo diz "Harris for President" (Harris para presidente) um dia após ele comunicar sua desistência de concorrer a um segundo mandato. 

As redes de Kamala Harris mostram uma imagem com o slogan "Let's win this" (vamos vencer essa, em tradução livre), com o logotipo também dizendo "Harris for President". 

Os comunicados à imprensa da campanha também deixaram de mostrar o antigo logo, com Biden como cabeça de chapa. 

A candidatura de Harris recebeu apoio da maior parte dos diretórios estaduais e do alto escalão do Partido Democrata, mas ela ainda precisa ser oficializada pela convenção da sigla. 

Até domingo, as redes de Biden e Harris ostentavam o slogan "Together, we can finish the job" (juntos nós podemos terminar o trabalho), com um logotipo dando destaque ao nome do atual presidente e a url "joebiden.com". Até o início da manhã, ele seguia na página do Facebook de Biden. 

Biden desiste da candidatura 

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou neste domingo (21) que desistiu de concorrer à reeleição e disse apoiar a vice-presidente Kamala Harris para liderar chapa democrata. Em um comunicado no X, Biden disse que cumprirá o seu mandato até janeiro de 2025 (leia a íntegra mais abaixo). 

"Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu me afaste e me concentre exclusivamente em cumprir meus deveres como presidente pelo restante do meu mandato", escreveu Biden. 

Logo após saber da desistência, Donald Trump, candidato republicano, disse em sua conta no Truth Social que Biden "não estava apto para concorrer à presidência". 

O ex-presidente Barack Obama também se manifestou sobre o caso. Em um comunicado publicado na plataforma Medium, o democrata classificou Biden como "um patriota da mais alta ordem". Biden foi vice-presidente na gestão Obama entre 2009 e 2017. 

A desistência ocorre após pressões do partido e de parte do eleitorado democrata. A crise na campanha de Biden começou no fim de junho, quando ele teve um mau desempenho em um debate contra Donald Trump. À época, a capacidade cognitiva do presidente foi colocada em dúvida. 

Até o momento, o presidente resistia à pressão de diversas maneiras. Ele deu entrevistas, fez uma reunião com governadores democratas e negou alegações de que sofria um declínio cognitivo e físico. Biden afirmou várias vezes que não iria desistir e que venceria a eleição. 

No entanto, nos últimos dias, os rumores de desistência aumentaram. O ex-presidente Barack Obama e a ex-líder da Câmara Nancy Pelosi, duas fortes vozes no Partido Democrata, demonstraram insegurança com o atual presidente. 

Segundo a "CNN", Pelosi disse a Biden que ele não venceria. Já Obama demonstrou a pessoas próximas receio sobre as chances do atual presidente na eleição. 

Biden foi diagnosticado Covid-19 na quarta-feira (17) e teve de suspender eventos de campanha. Desde então, ele está em isolamento em sua casa em Delaware. Segundo a imprensa norte-americana, diante da pressão, ele começou a ficar mais reflexivo sobre a candidatura. 

Uma fonte disse à Reuters que a decisão ocorreu neste domingo. "Na noite passada, a mensagem foi para seguir em frente com tudo, a todo vapor. Por volta das 13h45 de hoje, o presidente disse à sua equipe sênior que havia mudado de ideia". A decisão pegou muitos funcionários da Casa Branca de surpresa. 

O Partido Democrata ainda não anunciou quem vai ser o novo candidato para disputar a eleição contra Trump. 

Debate 

Durante a disputa televisionada no final de junho, Biden apresentou voz rouca — atribuída a um resfriado —, pouco entusiasmo e hesitou em diversos momentos. Trump, por outro lado, despejou uma série de mentiras com calma e de forma assertiva, sem ser corrigido por Biden. 

O debate foi o "início do fim" para Biden, de 81 anos. Dúvidas relacionadas à idade e aptidão do presidente para um mandato de mais quatro anos desencadearam uma crise no partido democrata. Dentro do partido, começou a surgir a ideia de substituição. 

As eleições dos EUA acontecem em 5 de novembro. A Convenção Nacional Democrata, que vai oficializar o candidato do partido que vai disputar a Casa Branca, será entre 19 de agosto e 22 de agosto. 

O 'início do fim' 

Após a má performance de Biden no debate, a imprensa norte-americana citou o estado de pânico de entre os democratas. Colegas de partido se preocuparam com a capacidade do presidente para mais um mandato. 

Em evento de campanha no dia seguinte ao encontro com Trump, Biden reconheceu a questão da idade e disse que não debate como antes, mas afirmou que sabe "dizer a verdade" e que pretendia vencer a eleição. 

Ainda no dia seguinte, diversos veículos americanos como os jornais "The New York Times", "The Wall Street Journal" e a revista "The Economist" — que apoiavam o presidente — publicaram editoriais pedindo para que Biden desistisse da candidatura à presidência. 

Mesmo com relatos da mídia americana e de agências de notícias de que os democratas consideravam sua substituição no pleito, o apoio de políticos e figuras democratas a Biden permaneceu unânime durante alguns dias. 

A pressão, no entanto, cresceu com declarações de políticos democratas em exercício e figuras importantes do partido, como Nancy Pelosi.

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