O ‘Abril Azul’ foi estabelecido pela ONU, para tratar da conscientização das pessoas sobre o autismo, e dar visibilidade ao assunto.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), hoje o autismo atinge uma criança em cada grupo de 160 indivíduos, e dois milhões de pessoas só no Brasil.
Autismo é um Transtorno Mental de Desenvolvimento que causa problemas na linguagem, dificuldade de comunicação, interação social e comportamento das pessoas. Durante todo mês de abril são realizados eventos que marcam o assunto.
A reportagem do Portal Metrópole de Notícias ouviu Ana Claudia Consolari, diretora da Apae de Osvaldo Cruz. “Na Apae de Osvaldo Cruz atualmente, atendemos pessoas com Síndrome de Down, deficientes intelectuais, deficiência múltipla e também o autismo, onde 19 alunos são atendidos hoje e estamos no mês destinado a mostrar a importância de se aceitar e respeitar a pessoa com Transtorno de Espectro Autista.”, disse.
De acordo com a profissional, o autismo é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por algumas manifestações, e as mais evidentes são na parte comportamental, como o déficit de atenção, a questão da fala, da linguagem e da interação social. “O que é muito gritante na pessoa que tem o transtorno do espectro autista é a questão da fala e o comportamental, de não aceitar determinadas coisas, mas esse tratamento que é oferecido na Apae tem apresentado uma melhora impressionante. O diagnóstico do autismo na criança era entre 4 e 5 anos de idade, mas hoje se consegue diagnosticar desde bebezinho, desde que se tenha toda uma equipe profissional para fazer esse trabalho, com um acompanhamento com um neuro especializado, e quanto antes for diagnosticado, melhor para o sucesso na recuperação.”, destacou.
Nossa reportagem questionou a diretora Ana Claudia sobre o papel da família nesse contexto do autista. “A família é primordial, ou seja, se a família não fizer a parte dela, se a família não tiver um olhar diferenciado para as necessidades da pessoa com autismo com certeza a gente não consegue nada. As vezes não basta apenas as terapias em si, as vezes se faz necessário também entrar com uma parte medicamentosa, por isso a importância de ter um envolvimento com toda equipe multidisciplinar com vários profissionais de áreas específicas.”, disse a diretora da Apae.
Ana Claudia Consolari comentou ainda que o autismo deve ser visto como um transtorno oculto. “Acontece que na maioria das vezes, só de olhar uma criança você não consegue diagnosticar se ela tem o autismo, geralmente você só consegue perceber com mais contato ou se você já trabalha nesta área, e também nos momentos de alguma crise e por ser oculto, as vezes a família que não tem conhecimento acha que se trata de uma birra da criança, que é coisa da idade, quando na verdade o problema é mais sério.”.
Sobre o papel da sociedade diante do autismo, a entrevistada falou sobre uma grande mudança de comportamento. “Hoje já temos uma visão muito diferente, onde as pessoas ‘normais’ tem que ter um outro olhar com relação a isso, e parte dessa mudança se deve a mídia que vem trabalhando muito neste sentido, mas ainda não é o suficiente, pois só quem vive o problema sabe quanto é difícil. No dia 02 de abril a APAE de Osvaldo cruz fez uma caminhada pelos bairros próximos a instituição para poder passar para a população que é preciso ter um olhar diferente, e que se nós não lutarmos pelos direitos daqueles que necessitam, quem o fará?.”, finalizou Ana Claudia.