Nos últimos anos o mundo inteiro tem voltado suas atenções com mais carinho para as questões do meio ambiente, pois o planeta pede socorro e a humanidade tem uma grande responsabilidade na luta para reverter tudo que foi feito de errado e que causou um prejuízo muito grande a natureza.
As autoridades têm feito investimentos, os legisladores criaram leis mais firmes para conter a agressão ao meio ambiente, mas tudo isso ainda é pouco.
O meio ambiente é interligado e cada um, onde vive, deve fazer a sua parte, porém infelizmente alguns ainda não acordaram para a necessidade de preservar o mundo em que todos nós vivemos.
A reportagem do Portal Metrópole de Notícias fez uma matéria especial em Osvaldo Cruz, num levantamento da situação de momento em vários locais chamados de “Pontos Viciados”, que são praças, terrenos, áreas verdes onde algumas pessoas que ainda não desenvolveram essa consciência, insistem em jogar lixo, restos de construção, materiais volumosos e outros.
Um dos bairros que tem sofrido como ‘ponto viciado’ de descarte irregular de lixo é o Beija Flor. Nossa reportagem ouviu o presidente da Associação de Moradores do Bairro do Beija Flor, Jailson Melo, que tem feito um trabalho voltado para a conscientização.
O presidente denuncia através de suas redes sociais, certos abusos cometidos neste sentido em seu bairro. “A nossa situação é a seguinte, alguns moradores de outros bairros aproveitam o nosso bosque para jogarem lixo, e tem alguns aqui do bairro que também agem dessa forma. Nesse caso, quando descobrimos o autor, nós pegamos o lixo e devolvemos na casa dele, mas quando é morador de outro bairro, aqui temos que contar com a denúncia de quem flagrar a atitude. Por isso que eu peço, respeitem nosso bairro, pois mantemos limpo nosso espaço e a luta tem sido grande. Nas redes sociais fazemos campanhas pedindo, a ponto de estar atendendo até gente de outros bairros, eu vou até a Prefeitura para solicitar limpeza também por eles.”, completou Jailson.
Qual o papel do município nesse trabalho de destinação de todo tipo de material produzido no dia a dia da população?
Quem falou sobre o assunto foi o Secretário de Desenvolvimento de Osvaldo Cruz, Renê Miguel Gomes. “O mais importante é o trabalho de conscientização da população quanto a esse problema, e a Prefeitura tem uma política no tocante ao tratamento de resíduos onde existem as empresas que recolhem e tratam os lixos orgânicos, os resíduos da construção civil através das caçambas, além de uma empresa para trabalhar com os resíduos volumosos como sofás, colchões e outros. Também existe uma outra empresa para trabalhar a massa verde, que trouxe a desativação daquele Ecoponto que constantemente era palco de incêndios.”, disse.
Quando o assunto é meio ambiente, importante também ouvir quem no dia a dia trabalha com as políticas públicas para esse setor.
A coordenadora local da Defesa Civil, a engenheira ambiental da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente do município, Silvana Maciel, destacou que todos os pontos que citamos em nossa reportagem não são locais autorizados para descarte de lixo, porém, são áreas viciadas, ou seja, onde uma pequena parcela da população criou o hábito de fazer o descarte errado desses materiais. “São pontos onde muitas vezes a Prefeitura vai e faz a limpeza, mas no dia seguinte a população volta a colocar entulhos de toda natureza, o que complica mais ainda, porque quando a Prefeitura vai lá e recolhe, está tudo misturado, resíduo de construção, poda de árvore, restos de jardinagem, lixo doméstico, moveis velhos, o que tem que ir para um pátio de separação, para destinação de cada um ao seu ponto específico.”, disse a engenheira.
Segundo a entrevistada, resíduo da construção deve ser colocado em caçambas, resíduo de podas a Prefeitura já tem um novo Ecoponto adequado, o resíduo domiciliar tem a coleta de segunda, quarta e sexta, enquanto que o reciclável, a Associação dos Catadores faz o trabalho toda semana recolhendo esses produtos. “Diante disso não faz sentido nenhum as pessoas fazerem a limpeza em suas casas e colocarem em terrenos baldios, esquinas, no meio da rua, pois cada um tem a sua responsabilidade, até perante a lei. A gente nota que conscientização não é fácil, e o que se percebe é que consciência ambiental quem tem, tem, quem não tem, não tem. O poder público não tem obrigação de assumir tudo, cada um tem que fazer o seu papel.”, concluiu Silvana Maciel.
Como estão os ‘pontos viciados’ de descarte irregular de lixo em OC
A reportagem do Portal Metrópole de Notícias passou por vários pontos da cidade e também de estradas rurais que estão em uma lista de locais considerados ‘pontos viciados’ de descarte irregular de lixo.
Em alguns pontos da cidade, a própria população num gesto de grandeza resolveu seus problemas. É o caso por exemplo do bairro Álvaro Campoy, onde um canteiro central que era local onde alguns jogavam lixo, se transformou em um belo jardim, cuidado pelas pessoas da comunidade.
O jardim fica na Rua Laurindo Costa, no mesmo bairro, mas na rua Amélia Almeida, o canteiro tem uma placa afixada cobrando para que ninguém jogue lixo naquele local, visitamos e nos deparamos com tudo limpo.
Outro bairro que resolveu o problema da dispensa de lixo entulhos em local proibido foi o Jardim Paraíso, na divisa com o Bairro Mário Covas e Jardim Atenas.
Depois que a praça ‘Vanda Henck’ foi revitalizada e a vizinhança passou a vigiar o local, encontramos tudo limpo, ao contrário do que se via anteriormente.
No bairro Alberto Lang, nossa reportagem visitou um desses pontos viciados, na Rua Guido Siena, ao lado do Centro Comunitário, onde infelizmente havia lixo e resto de podas.
No bairro Nelson Cavalini, mais precisamente na Rua Clodoaldo Macorim, ao lado do parque Abel Rebolo Garcia, há um ponto na calçada onde havia também uma pequena quantidade de lixo.
Na Rua Benedito Cassirarghi, próximo a Delegacia de Polícia, há um desses locais que sempre foi crítico, mas que nossa reportagem encontrou limpo.
Já no antigo matadouro municipal, infelizmente havia lixo, restos de podas de arvores e moveis velhos.
No bairro Sotei Furuguen, numa área verde na cabeceira do bairro, ao lado de uma estrada municipal, encontramos lixo na calçada, ao lado de uma área cuidada, que tem inclusive arvores frutíferas.
Já na Vicinal Luís Rovina que liga Osvaldo Cruz a Rodovia Assis Chateaubriand, a SP-425, o problema continua, pois embora de forma discreta, em dois pontos vimos lixo jogado as margens da malha asfáltica.
Outro local que sempre foi problemático é a estrada do Bairro Negrinha, nossa reportagem percorreu vários quilômetros e tudo estava limpo e em ordem.