O Ex-Diretor Administrativo da Santa Casa de Misericórdia de Osvaldo Cruz, Emerson Renato Bussola, procurou a reportagem do Portal Metrópole de Notícias para fazer um balanço de seu trabalho à frente do hospital nesses mais de sete anos em que esteve no cargo.
O trabalho começou no dia 21 de março de 2014, e terminou no dia 29 de março de 2021.
Emerson Bussola disse que pegou a Santa Casa em uma situação de praticamente falência, com R$50,00 em caixa, dívidas em torno de R$12 milhões com médicos, funcionários, fornecedores em atraso, funcionários sem receber cesta básica, décimo terceiro do ano anterior em atraso, enfim uma situação de insegurança total. “Tínhamos na época, de três a quatro pacientes internados, faturamento de convênios baixíssimo, com apenas três convênios ativos, e hoje além do SUS, atendemos 11 convênios, saindo de uma fatura de 3 a 4 mil reais, para 130 a 140 mil reais, antes da pandemia, com os particulares.” disse.
Devido à pandemia e com a diminuição das cirurgias, o valor caiu para 110 mil reais de fatura de convênios.
Segundo o ex-diretor, ele deixou o cargo no final do mês passado com R$524 mil nas contas, e mais R$110 mil de fatura de convênios, o que totaliza R$635 mil de saldo bancário, além de zero dívidas. “Muitas coisas foram feitas de melhorias e quem está lá dentro sabe bem disso. Tudo o que foi feito, não foi trabalho só do Emerson, mas de toda uma equipe, com ajuda da Prefeitura nesses últimos sete anos, clubes de serviço, maçonaria, Aceoc, Rotary, Lions, Multiplic, Imprensa, Ministerio Público com os promotores de justiça, juízes que passaram pela Comarca nesse período, a comunidade em geral com os leiloes, ações entre amigos, em um balanço muito positivo”.
Emerson Bussola falou também sobre a chegada da pandemia e destacou a polêmica causada sobre os leitos de UTI Covid-19, ação que na época foi criticada por muitos e hoje salva muitas vidas, principalmente de munícipes de Osvaldo Cruz, Sagres e Salmourão.
Sobre sua demissão, Emerson Bussola disse que todo ciclo um dia chega ao fim, mas que ele merecia um pouco mais de respeito. “Eu creio que merecia um pouco de respeito por parte de quem está na administração do município atualmente. Se não quisesse falar comigo pessoalmente, uma ligação já seria uma forma respeitosa, fiquei sabendo pelas redes sociais. O triste foi saber dessa forma, por meio das Redes Sociais, minha filha trabalhando no estado do Mato Grosso, viu as publicações e achou que era Fake News, pois falava de dois profissionais assumindo a Santa Casa.”, disse.
Emerson Renato Bussola também agradeceu ao Ministério Público local, que foi parceiro durante o tempo em que esteve à frente do hospital. “Gostaria de fazer uma referência ao Ministério Público local, em nome do Dr. Jess e do Dr. Owen, pela parceria e orientações durante esses 7 anos em que estive à frente da Santa Casa, sempre que precisamos sanar dúvidas, eles estavam lá para nos orientar. Agradecimento especial, quando no início da pandemia o esforço dos dois, juntamente com os juízes de Osvaldo Cruz, a Justiça que liberou R$676 mil para a compra dos respiradores, monitores e outros insumos para a montagem dos seis primeiros leitos de UTI Covid da Santa Casa. Então, queria deixar de público o agradecimento aos representantes do Ministério Público local e todos os juízes de direito que passaram por Osvaldo Cruz durante esses 7 anos.”.
Bussola destacou que acredita que o motivo da sua saída foi perseguição política. “Creio que os motivos de minha saída são perseguição política, além da ingerência que eu não permiti que fosse feita lá dentro da Santa Casa durante esses três meses, com o ‘coloca esse, coloca aquele’, porque lá as pessoas têm que ser técnicas no lugar certo e existe um conselho gestor e um diretor administrativo. Em quase sete anos com o ex-prefeito Edmar Mazucato, jamais ele colocou um dedo nesse ou naquele setor dentro da Santa Casa”, comentou.
O Ex-diretor da Santa Casa finalizou com um agradecimento especial a comunidade que sempre ajudou, aos funcionários, aos médicos que estão lá arriscando a própria vida, seus familiares, aos promotores de justiça, aos juízes e aos companheiros da provedoria.