O Superior Tribunal Federal (STF) deve decidir nesta quarta-feira, 7, a liberação, ou não, de celebrações religiosos presenciais durante a pandemia.
O assunto voltou a ser destaque no último final de semana, quando o ministro Kassio Nunes Marques, liberou a presença de fiéis nos templos. A decisão foi tomada em Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) impetrada, em junho do ano passado, pela Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure).
Diante da decisão, algumas igrejas, já no último final de semana, voltaram a receber a presença dos fiéis, caso, por exemplo, do Santuário de Nossa Senhora em Aparecida.
Enquanto aguardam a decisão do STF, líderes de comunidades religiosas de Osvaldo Cruz analisam o cenário.
Para o pároco da Igreja Matriz de São José, padre Rogério de Lima Mendes, em tempos de crise aguda da pandemia, o mais importante, neste momento, é a preocupação com os danos causados pela pandemia.
“Como paróquia e diocese entendemos que evitar deslocamentos, usar máscaras e não realizar aglomerações são atitudes de amor à vida e às pessoas. De nada adianta ir à igreja se desprezarmos a vida, o cuidado e o zelo para com as pessoas”, destacou o padre.
Para o religioso, neste momento, a igreja não precisa esperar por decisões da corte, mas dar exemplo.
“Essa será nossa maior contribuição ao país que se desfaz em luto diante das centenas de mortos. É certo que as pessoas vinham presencialmente à igreja se sentiam cuidadas, distanciadas e seguras, mas a realidade nos preocupa. Por enquanto, mesmo diante da decisão [liminar do ministro Kassio Nunes Marques], até segunda ordem, segundo decreto do bispo diocesano, permaneceremos com as missas privadas e transmitidas pelas redes sociais”, garantiu padre Rogério.
Suporte espiritual, psicológico e social
Para o pastor Olisval Vasques, da comunidade Difference Church, é preciso reconhecer que as igrejas, além da parte espiritual, oferecem suporte psicológico e, também, social.
“As igrejas têm um papel fundamental neste tempo, de poder dar suporte espiritual, psicológico e muitos também têm recebido suporte social, como cestas básicas, auxílio no pagamento de contas. Então, eu acredito que a igreja, por ser parte da sociedade, precisa estar aberta”, destacou o pastor Vasques.
Outro aspecto destacado pelo pastor é que, desde o início da pandemia, as igrejas têm se adequado às normas e protocolos, o que, na visão dele, garante um ambiente seguro para as celebrações.
“A gente faz a aferição da temperatura das pessoas que vão às celebrações, conseguimos manter as cadeiras com distanciamento adequado [entre 1,5m e 2m], disponibilizamos álcool em gel, não há o contato entre as pessoas. Então eu vejo que a igreja é essencial na pessoa”, finalizou Vasques.