Um grupo de mães de alunos de escolas de Osvaldo Cruz realizou uma carreata na tarde desta quinta-feira (13), onde pediam a volta às aulas de maneira presencial no município.
A carreata, que teve um grande número de participantes, começou na rotatória do Cristo, percorreu todo o centro da cidade e terminou na frente da prefeitura, onde as manifestantes pediram a presença da Prefeita Vera Lúcia Alves.
A prefeita atendeu as mães, porém, destacou que pelo menos nesse momento, não irá autorizar as aulas presenciais.
A reportagem do Portal Metrópole de Notícias acompanhou a manifestação e falou com algumas das organizadoras que disseram estar lutando pelo direito dos seus filhos à educação, além do cumprimento do decreto estadual que permite desde o mês de abril, as aulas presenciais com 35% da capacidade.
As mães destacaram ainda, que já procuraram o Ministério Público no início do ano pedindo a volta às aulas de maneira presencial e receberam resposta de que não cabe ao MP essa decisão. “O Decreto do Município de Osvaldo Cruz, que adiou a retomada das aulas e atividades presenciais em toda rede de ensino (pública e privada) para o dia 1º de março de 2021, se encontra dentro da legalidade e, assim, não cabe ao Ministério Público questioná-lo, no âmbito de sua conveniência e oportunidade, pela ausência de atribuição para tanto.”, diz o documento.
Liliana Nicoletti, uma das organizadoras da manifestação, falou com a reportagem do Portal Metrópole de Notícias sobre o motivo pelo qual algumas mães se exaltaram durante a conversa com a prefeita. “A manifestação era totalmente pacífica, os ânimos se exaltaram porque foram solicitadas várias reuniões com a Prefeita antes da carreata, mas fomos ignoradas. Queríamos conversar sobre os índices, sobre os leitos, mas depois que ela suspendeu as aulas presenciais por conta de casos na Escola Getúlio Vargas, ela nunca mais atendeu as mães. As mães que estavam lá na prefeitura, estavam querendo lutar porque estava de uma maneira que a prefeita nos ignorava e, por conta disso, os ânimos se exaltaram um pouco. Não foi uma reivindicação de um dia, faz muito tempo. Ela não cumpriu o decreto do estado de sanitização, que era desinfetar e retomar as aulas depois de testes e o período necessário, mas ela bloqueou todas as escolas por tempo indeterminado, não justificou para ninguém e parou de atender as mães. Por isso as mães estavam um pouco exaltadas.”, disse.
De acordo com Liliana Nicoletti, as mães tentaram por várias vezes marcar reuniões com a prefeita para tratar sobre o assunto, mas foram ignoradas. “A gente queria que ela tomasse a decisão, porque a prefeita fala que tem estudado esse decreto faz muito tempo, então as pessoas acham que o que aconteceu na manifestação foi um momento, mas não foi. Nós não conseguimos compreender e ela não está conseguindo nos explicar, ela fala dos leitos de hospitais, sendo que as crianças estão nas ruas, nos botecos, pode tudo, só não pode ir para a escola. Na região inteira as aulas estão voltando, então não tem justificativa. Todos os dias nós mandávamos mensagens para a Prefeita e para a Assessoria, mas não nos respondiam. As informações que eles têm são completamente desatualizadas e as mães acabaram se exaltando. Não somos mães que não aguentam filhos em casa, só estamos lutando pelo direito de poder mandar nossos filhos para a escola.”.
Sobre os comentários e julgamentos que estão circulando nas redes sociais, Liliana Nicoletti aproveitou para pedir mais respeito e amor para quem não conhece a causa dessas mães. “A palavra RESPEITO vai muito além de uma simples exaltação de momento. O respeito seria a resposta da prefeita para nós há muito tempo atrás, era para ela ter nos atendido ou pelo menos a abertura de portas para uma conversa. E, principalmente, o respeito das pessoas que estão nos xingando e nos julgando por mensagens de facebook. Nós nunca julgamos as mães que não querem mandar seus filhos para a escola. Cada situação tem que ser avaliada, então pedimos mais respeito e mais amor para quem não conhece a nossa luta e a nossa situação.”, finalizou.
Ao final da manifestação, nossa reportagem procurou a prefeita Vera Morena, que destacou que existe um decreto de volta às aulas de maneira presencial que está em análise. “Nós atendemos os donos de escolas particulares, professores, mães, ouvimos as reivindicações e já temos um decreto em análise. Quero deixar bem claro que uma das reivindicações delas era que nós resolvêssemos na hora e isso não é possível. Estamos enfrentando uma pandemia ainda, Osvaldo Cruz tem 10 leitos de UTI e oito são pessoas da cidade, já perdemos 70 pessoas, o kit sedação é no limite, conseguimos comprar para dois dias e a situação é crítica ainda. Pedimos que a população, mesmo com o comércio aberto, siga as normas sanitárias, e periodicamente estamos fazendo avaliação para que a gente consiga fazer um atendimento, mesmo que seja individualizado nas escolas e vamos começar uma fase de transição. No momento agora, como em várias cidades da região, não conseguimos voltar com toda a porcentagem que é permitida, mas estamos avaliando periodicamente.”, finalizou.