DRACENA - Um termômetro de rua instalado na Praça Arthur Pagnozzi, em dracena, atingiu 43ºC na tarde deste sábado (11). No extremo oeste do Estado de São Paulo, marcado pelas altas temperaturas, o número poderia até ser considerado normal, no entanto, algumas ressalvas devem ser consideradas.
A primeira delas é sobre a precisão desses termômetros. O climatologista Vagner Camarini Alves informou que, dependendo do local onde essas estruturas estão instaladas, pode haver incidência de radiação solar.
Com isso, a circulação de ar na parte interna dos termômetros diminui e os sensores eletrônicos acoplados dentro deles registram temperaturas elevadas, que não necessariamente condizem com a realidade, já que ficam superaquecidos.
“Ali dentro fica como uma estufa acumulando calor”, observou ao g1.
O tipo de material utilizado nas estruturas dos termômetros de rua também deve ser analisado. Geralmente, os revestidos com uma espécie de caixa preta “acumulam mais calor e não devem ser considerados”.
Há, ainda, os efeitos dos elementos que integram a arquitetura das cidades, como asfalto, prédios e construções, além da movimentação de pedestres e veículos.
“O valor de 43ºC do termômetro de rua em Dracena está dentro da normalidade, devido ao efeito do asfalto e outras edificações próximas que alteram a temperatura daquele local”, explicou.
De acordo com o climatologista, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou, às 15h deste sábado, 40ºC na cidade.
CALOR HISTÓRICO - A região de Presidente Prudente está entre as zonas consideradas de grande perigo diante da onda de calor que vem atingindo o país, segundo o Inmet. Nesta situação meteorológica, estão previstos fenômenos de intensidade excepcional, com probabilidade de danos e acidentes, com riscos, inclusive, à vida humana.
Um alerta emitido pela Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil ressaltou que a região pode atingir temperaturas máximas de 42ºC entre este sábado e a próxima segunda-feira (13), com sensação térmica de 44ºC e umidade relativa do ar atingindo a casa dos 15% no período da tarde.
Conforme o climatologista Vagner Camarini, isso se deve ao aquecimento das águas do Oceano Pacífico, com o fenômeno conhecido como El Niño, que gera ondas de calor extremo e diminuição da umidade relativa do ar. Assim, a incidência de chuva se torna menor na região Sudeste e se concentra no Sul do Brasil.
Alves ainda alerta que não há riscos de chuvas, mas podem ocorrer temporais localizados até mesmo com ventos acima de 80km/h e queda de granizo.
De acordo com ele, a previsão pode ser histórica para o mês de novembro na região de Presidente Prudente.