Volta às aulas presenciais em OC: Movimentos pró e contra surgem no município

03/02/2021 09h24 Depois de ouvir mães que querem a volta presencial das aulas, a reportagem do Portal Metrópole de Notícias conversou com a Professora Branca Romanini, que é contra a volta nesse momento.
Redação - Wilson Bettiol*, Osvaldo Cruz - SP
Volta às aulas presenciais em OC: Movimentos pró e contra surgem no município .

O Portal Metrópole de Notícias tem acompanhado os movimentos da comunidade contra e pró volta as aulas presenciais para as crianças de Osvaldo Cruz.

Um grupo de mães de alunos de escolas particulares têm liderado um movimento com coleta de assinaturas e envio de documento para o Ministério Público, pedindo a volta às aulas presenciais. Duas dessas mães foram ouvidas pela nossa reportagem falando sobre os motivos de sua posição a favor das aulas, respeitando, claro, os protocolos da área da saúde.

Com opinião contrária a essa volta e defendendo a posição de continuidade com as aulas online, a reportagem do Portal Metrópole de Notícias conversou com Luci Ângela Romanini, a conhecida Branca, professora da Rede Pública de Ensino e mãe de aluno, que se posiciona contra essa volta neste momento. “Hoje para voltarmos as aulas os protocolos são muito rígidos, a criança não pode encostar no amiguinho, não pode brincar, não pode lanchar junto, a professora não pode abraçar a criança quando ela está carente e insegura, tem que ficar o tempo todo com cheiro de álcool, ir no banheiro um a um, e por ai afora. A criança pequena não segura, vai fazer a necessidade na roupa, se cair o professor não pode socorrer, abraçar e dar um afago, ou seja, o protocolo é muito rigoroso e pode ao invés de favorecer, prejudicar o psicológico da criança.”, disse Branca.

Com relação ao aprendizado, Branca Romanini entende que sempre é tempo de aprender, e que o tempo perdido pode ser recuperado depois quando tudo isso tiver passado, até porque hoje as crianças são muito mais antenadas que os adultos.

Outra preocupação manifestada por ela é com relação ao relaxamento dos cuidados com o passar do tempo. “Com dez, quinze dias, o protocolo rigoroso será mantido? Outro ponto é com relação ao comportamento dos professores na sala de aula tendo que cuidar de todo protocolo de segurança, o que pode também prejudicar a atenção para com o conteúdo didático a ser passado para os alunos. Com uma escola cheia de regras e de proibições por conta das medidas de segurança, com certeza as crianças não terão prazer de ir pra aula, e darão trabalho aos pais na hora de entrar pra sala, deixando os familiares no portão. Tenho muita preocupação com o psicológico da criança.”, acrescentou.

Por fim, segundo a professora Branca Romanini, um item importante do protocolo, é com relação ao fechamento da escola por quinze dias a cada vez que alguém, seja aluno, professor ou funcionário apresentar sintomas da Covid-19. “Se qualquer pessoa, criança ou funcionário da escola apresentar algum sintoma o local vai ter que ser fechado por 15 dias, nesse caso seria uma semana de aula, e mais quinze de fechamento, como vai ficar o psicológico das crianças? Muitas mães vão falar que sou professora, mas a mesma dificuldade que as mães estão tendo para auxiliar e ensinar o filho em casa eu também estou tendo, sei o quanto é difícil. Nessa hora temos que pensar na saúde dos nossos filhos, na nossa, dos nossos pais. Precisamos pensar no comércio, que está fechado pela irresponsabilidade de pessoas que fazem festa, vão pro clube, por isso está fechado. Então temos que colocar a mão na consciência e pensar no outro, não só em nós. Sou contra a volta às aulas pensando na criança, não é como professora para não ir trabalhar, agora estou trabalhando 12h por dia em casa. Se eu voltar pra escola vou trabalhar 4 horas, mas eu penso na situação da criança para ter esse posicionamento contrário.”, finalizou.

 

 

Supervisão de Acally Toledo*

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