Bets ilegais têm conseguido driblar o bloqueio imposto pelo governo federal.
Levantamento feito pelo g1 encontrou na terça-feira (15) 18 bets irregulares funcionando em sites alternativos – e quase iguais - aos que estavam na lista da Anatel com mais de dois mil endereços irregulares que deveriam ser bloqueados.
Alguns dos sites que estão no ar foram criados na última sexta-feira (11), mesmo dia em que a agência divulgou a lista. A estratégia para burlar a proibição foi inserir, após o nome original da página, uma sequência de caracteres, como os números 11 e 22, por exemplo.
O g1 encontrou 134 sites de 18 bets irregulares. Desses, 51 foram criados na sexta-feira (11), 19 no sábado (12), 5 nesta terça-feira (15) e 59 endereços foram criados antes. Uma mesma plataforma pode ter vários sites.
Procurada, a Anatel disse que seu papel é encaminhar às operadoras a lista de sites indicada pelo Ministério da Fazenda.
O ministério também foi procurado, mas não se manifestou. No último dia 10 de outubro, o ministro Fernando Haddad afirmou que o trabalho para identificar sites irregulares será contínuo. "Evidentemente, tem um trabalho a ser feito pela secretaria [de Apostas] que é permanente. Qualquer tentativa de burla, a Anatel é informada e o procedimento é o mesmo", declarou.
Regulamentação: as apostas online estão em processo de regulamentação no Brasil e, ao todo, 96 empresas que comandam 210 bets estão autorizadas a operar nacionalmente até dezembro. Outras 18 podem operar regionalmente.
Desafio técnico: A facilidade que as empresas encontram para criar novos sites é visto como um dos problemas para barrar as bets irregulares no Brasil, segundo a Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL). A entidade diz que basta a criação de um novo link, em domínio diferente, para que a plataforma volte a funcionar.
Veja a lista de bets ilegais com sites ativos nesta quarta (16):
136bet;
255bet;
BBRbet;
Grupo Jogo;
522bet;
52bet;
5500bet;
667bet;
74bet;
7.club;
855bet;
939bet;
8casino;
Fubet;
BRA Grupo;
Jogo Grupo;
Um Cassino;
Sebet.
O Ministério da Fazenda envia para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a lista de bets que devem ser bloqueadas, e a agência, por sua vez, faz um pedido às operadoras de internet para que realizem o bloqueio das casas de apostas por meio da URL.
Ao ser questionada sobre as novas bets ilegais que não constam na lista, a agência respondeu:
“O papel da Anatel é encaminhar a lista dos endereços dos sites que exploram a modalidade lotérica de apostas em desacordo com a regulamentação do Ministério da Fazenda às empresas autorizadas do SMP (telefonia móvel) e do SCM (banda larga) para implementação do bloqueio de acesso aos domínios. Essa lista foi elaborada pelo Ministério da Fazenda e encaminhada à Anatel, que notificou as prestadoras dos serviços de telecomunicações”.