Governo entende que não há motivo para greve, diz Marun sobre caminhoneiros

03/09/2018 05h15 Ministro afirmou que o 'diálogo entre o governo e os caminhoneiros é permanente'.
Folha de São Paulo, Brasília - DF
Governo entende que não há motivo para greve, diz Marun sobre caminhoneiros .

Em nota divulgada pela UDC (União dos Caminhoneiros do Brasil), caminhoneiros da entidade afirmam que farão uma mobilização em todo o país após o feriado da Independência (dia 7 de setembro) e por tempo indeterminado.

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou neste domingo (2) que o governo do presidente Michel Temer entende que "não existem motivos para um novo movimento grevista" dos caminhoneiros e que "acredita que o bom senso prevalecerá".

"O governo federal cumpriu todos os compromissos assumidos quando do encerramento do movimento dos caminhoneiros de maio", disse à Folha no início da noite, quando questionado sobre o que a gestão pretende fazer para evitar uma nova paralisação das categorias.

O ministro também disse que o "diálogo entre o governo e os caminhoneiros é permanente". "Por tudo isto, mesmo acompanhando a situação, o governo entende que não existem motivos para um novo movimento grevista e acredita que o bom senso prevalecerá", disse.

No final de semana, uma nota assinada pelo União dos Caminhoneiros do Brasil afirmava que haveria uma greve após o feriado. O comunicado foi uma iniciativa isolada de um dos membros do grupo de Whatsapp, de acordo com o caminhoneiro Salvador Edimilson Carneiro, que administra o grupo de Facebook União dos Caminhoneiros do Brasil.

Porém, tanto Carneiro como outras lideranças dos protestos de maio - como Gilson Baitaca e Wallace Landim (Chorão) - confirmam a disposição da categoria em discutir uma nova manifestação. Os caminhoneiros também afirmam estarem organizando um ato dia 12 de setembro em frente ao prédio da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) para exigir fiscalização e o cumprimento das leis aprovadas em junho.

Algumas destas medidas foram questionadas na Justiça por setores da nossa economia que não concordam com elas. "Temos a convicção de que quando o STF se manifestar, o fará em reconhecimento à constitucionalidade das medidas adotadas", afirmou Marun.

A assessoria do Palácio do Planalto informou que o assunto não foi tratado pelo presidente, em cuja agenda não constaram compromissos oficiais neste final de semana. 

 

Áudios sobre início de protestos de caminhoneiros nesta segunda são falsos

Os áudios e imagens que circulam no WhatsApp alertando sobre suposta paralisação dos caminhoneiros na madrugada desta segunda-feira (3) são falsos.

Os responsáveis pelas mensagens não se identificam. Apenas dizem que haveria uma reunião na noite deste domingo (2) para decidir sobre uma nova manifestação, que se iniciaria à meia-noite.

A mensagem ainda ataca o governo Temer e alerta para que as pessoas encham o tanque e corram aos supermercados.

A Folha ouviu lideranças dos grupos de caminhoneiros que fizeram parte dos atos de maio, como Wallace Landim (Chorão) e Salvador Edimilson Carneiro (Dodô), e eles afirmaram que não existe nenhuma mobilização programada para essa madrugada.

Carneiro e Landim disseram que os caminhoneiros estão se organizando para um ato no dia 12 de setembro, na sede da ANTT, em Brasília.

"Acho que [parar agora] é um tiro no pé. Tem gente infiltrada tentando usar a categoria como massa de manobra", afirma Landim.

A Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros) disse que materiais antigos, dos protestos de maio, voltaram a circular nesse fim de semana como se fossem atuais.

Nas redes sociais, postos de gasolina de Belo Horizonte avisaram sobre a possibilidade de novas manifestações.

Neste domingo, segundo reportagem do jornal O Tempo, de Belo Horizonte, filas se formaram em postos de gasolinas.

Os consumidores temem que os postos fiquem sem combustível como aconteceu em maio, quando os caminhões-tanque foram impedidos de circular pelos manifestantes.

O representante da Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros) de Minas Gerais afirmou que não existe nenhum protesto marcado para essa madrugada.

Um falso comunicado da Polícia Rodoviária Federal também circulou pelos grupos de WhatsApp. A nota de três páginas tem o timbre da PRF no início, mas não traz assinatura nem indicação de que área da PRF a teria produzido.

Ao UOL, empresa do Grupo Folha, que edita a Folha, a PRF disse não reconhecer o documento. A assessoria de imprensa disse que a instituição vem acompanhando o assunto, cooperando com outros setores, como Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e PF (Polícia Federal), além do próprio governo federal, mas que não há nenhuma posição oficial a respeito de uma possível nova paralisação.

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