Grande SP ainda tem 537 mil imóveis sem energia na manhã desta segunda-feira, 3° dia do apagão, diz Enel

14/10/2024 10h17 Cerca de 354 mil desses endereços sem luz estão na capital paulista, enquanto os demais estão em cidades como Taboão da Serra, Cotia e São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
Por: g1, São Paulo - SP
Grande SP ainda tem 537 mil imóveis sem energia na manhã desta segunda-feira, 3° dia do apagão, diz Enel Prédios sem luz — Foto: Ariana Cubillos/ AP

A Enel informou que 537 mil imóveis de cidades da Grande São Paulo ainda continuavam sem energia elétrica até as 05h40 desta segunda-feira (14), terceiro dia de apagão.

Segundo a empresa, cerca de 354 mil desses endereços sem luz estão na capital paulista, enquanto os demais estão em cidades como Taboão da Serra, Cotia, São Bernardo do Campo, na Grande SP.

Na cidade de São Paulo, os bairros mais afetados neste momento são Jabaquara, Campo Limpo, Pedreira e Jardim São Luís, afirmou a concessionária.

Endereços sem luz na Grande SP

São Paulo - 354 mil imóveis

Cotia - 36,9mil imóveis

Taboão da Serra - 32,7 mil imóveis

São Bernardo do Campo - 38,1 mil imóveis

A falta de energia ocorre após um temporal ter atingido o estado de São Paulo na última sexta-feira (11). Segundo a Defesa Civil, sete pessoas morreram na Região Metropolitana e no interior do estado (veja mais abaixo).

Ainda conforme a Enel, até as 05h40 desta segunda (14), cerca de 1,5 milhão de clientes tiveram o serviço normalizado. "A companhia segue trabalhando para restabelecer o fornecimento", diz a empresa.

"Até as 5h40 de hoje, 1,5 milhão de clientes tiveram o serviço normalizado. A companhia segue trabalhando para restabelecer o fornecimento para 537 mil clientes impactados. As equipes em campo receberam reforço do Rio e Ceará e de outras distribuidoras", disse a empresa.

"Após o vendaval de até 107km/h que atingiu a capital e a região metropolitana na última sexta-feira, reforçamos nossas equipes em campo, deslocamos técnicos do Rio e do Ceará e estamos recebendo apoio de outros grupos de distribuição", completou a Enel.

Segundo o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, a Enel não cumpriu o plano de contingência para eventos climáticos extremos e colocou menos funcionários em campo do que o esperado após a tempestade que atingiu São Paulo.

"A percepção que nós temos a respeito da recuperação do serviço é que ela [Enel] de fato não tem atendido todas as expectativas com relação ao ano passado. Claro que esses números precisam ser melhor decurados, porque agora temos uma quantidade de consumidores muito grande que estão interrompidos em função do evento. E há outros consumidores que tem ausência do seu serviço por questões da rotina diária do serviço de distribuição", afirmou Feitosa em coletiva de imprensa neste domingo (14).

O presidente da Enel Distribuição São Paulo, Guilherme Lencastre, informou neste sábado (12) que a empresa não tem previsão de retomada total do fornecimento de energia na Grande SP.

"Não é questão de não saber e não passar. E não quero colocar uma expectativa que seja frustrada. (...) A gente tem consciência do transtorno causado por eventos como esse e sabemos da nossa responsabilidade. Vamos trabalhar de forma incansável para reconectar todos os nossos clientes", declarou.

O presidente da Enel também afirmou que a empresa disponibilizou 500 geradores para atender hospitais e estabelecimentos que estão sofrendo com a falta de luz na região de concessão, além de ter dois helicópteros da empresa sobrevoando as linhas de transmissão para identificar eventuais problemas.

Lencastre culpou o vento histórico que atingiu a capital paulista e as cidades da Grande SP, com rajadas de mais de 107,6km/h pelos transtornos ocorridos na cidade.

Horas no escuro

O temporal que atingiu a Grande São Paulo na noite desta sexta-feira (11) ocorreu por volta das 19h30. Conforme o g1 publicou, moradores de várias cidades da Grande SP e de vários bairros da capital paulista narraram que estavam há mais de 50 horas sem luz.

Eles narraram muitas dificuldades para tentar falar com a Enel para abrir chamado e tentar uma previsão de restabelecimento da energia elétrica.

O presidente da empresa afirmou que a central telefônica da empresa recebeu mais de 1 milhão de chamados desde a noite anterior e está ampliando a capacidade de atendimento.

Por ora, a Enel diz que os canais mais recomendados pela empresa para o contato dos usuários são os seguintes:

SMS: envie gratuitamente mensagem de texto do seu celular para o número 27373 com a palavra luz e o número da instalação que está sem energia. exemplo: luz 012345678.

Pelo aplicativo da Enel, site enel.com.br e whatsapp: (21) 99601-9608.

Abastecimento de água

A falta de luz na Grande SP ainda afeta o abastecimento de água em várias cidades da região nesta segunda (14), segundo a Sabesp.

Segundo a empresa, a interrupção do fornecimento de eletricidade afeta o funcionamento de estações elevatórias e boosters, equipamentos que transportam a água para locais mais altos.

Com isso, o abastecimento de água pode ser afetado nas seguintes regiões:

CAPITAL: Americanópolis, Vila Clara, Capão Redondo (parte), Pirajussara (parte), Jardim Mimás, Jardim Aeroporto, Jardim Antártica, Jardim Peri, Jardim Peri Alto e Jardim Santa Cruz;

COTIA: Jardim Atalaia;

SANTO ANDRÉ: Jardim São Gabriel, Jardim Santo André, Jardim Marek, Jardim Santo Antônio de Pádua e Cidade São Jorge;

CAJAMAR: Jordanésia;

EMBU DAS ARTES: Jardim Vila Alegre;

MAUÁ: Zaíra, Vila Tavares, Sítio Bela Vista, Jardim Cruzeiro, Jardim São Gabriel, Jardim Miranda D'Aviz, Jardim Paranavaí, Jardim Alto da Boa Vista, Jardim Zaíra-Macuco, Jardim Zaíra, Parque das Américas

Mortes e estragos da sexta

Na contagem feita até o início da tarde deste sábado (12), sete pessoas morreram no estado de SP em virtude das chuvas. Três delas em Bauru, no interior, e quatro na Região Metropolitana:

Bauru: três mortes após queda de muro;

São Paulo: uma morte após queda de árvore no bairro Campo Limpo;

Diadema: uma morte após queda de árvore;

Cotia: duas mortes após queda de muro.

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