PIB do Brasil cresce 0,9% no 3° trimestre de 2024, diz IBGE

03/12/2024 10h30 Resultado foi puxado por boa performance do setor de serviços, que cresceu 0,9%.
Por: g1, Brasil
PIB do Brasil cresce 0,9% no 3° trimestre de 2024, diz IBGE Setor de serviços — que engloba bares, restaurantes, hotelaria, salões de beleza e outras atividades do tipo — turbinaram o PIB brasileiro em 2022 — Foto: Fábio Tito/g1

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 0,9% no terceiro trimestre de 2024, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (3).

Neste terceiro trimestre, a Indústria (0,6%) e o setor de Serviços (0,9%) tiveram altas importantes e compensaram a queda de 0,9% da Agropecuária.

Pelo lado da demanda, todos os itens cresceram. O Consumo das famílias cresceu 1,5%, e o Consumo do governo subiu 0,8%, enquanto os Investimentos tiveram ganho de 2,1% neste trimestre.

Em valores correntes, o PIB totalizou R$ 3 trilhões. Foram R$ 2,6 trilhões vindos de Valor Adicionado (VA) a preços básicos, e outros R$ 414 bilhões de Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.

Com os resultados, o PIB brasileiro teve alta de 4% em relação ao mesmo trimestre de 2023. Já a alta acumulada em quatro trimestres é de 3,1%.

Para Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, ainda que o resultado trimestral tenha sido mais fraco que o do segundo trimestre, quando o PIB cresceu 1,4%, os resultados não geram uma preocupação com desaceleração relevante da atividade econômica.

"Apesar dos patamares elevados, a taxa básica de juros ainda tem efeito muito pequeno na atividade do terceiro trimestre. A política monetária leva um tempo grande para ter efeito sobre economia, e o crescimento vem em cima de uma base de comparação bastante alta", diz Palis.

Principais destaques do PIB no 3º trimestre:

Serviços: 0,9%

Indústria: 0,6%

Agropecuária: -0,9%

Consumo das famílias: 1,5%

Consumo do governo: 0,8%

Investimentos: 2,1%

Exportações: -0,6%

Importação: 1%

PIB cresceu 0,9% contra o trimestre anterior

Segundo o IBGE, a alta do PIB deste trimestre foi puxada pelo setor de Serviços (0,9%), o de maior peso do PIB. Com o crescimento constante nos últimos trimestres, o setor renovou mais uma vez seu maior patamar em toda a série histórica do PIB.

As principais atividades subiram no período, com destaque para Informação e comunicação (2,1%), Outras atividades de serviços (1,7%) e Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,5%).

Também cresceram as Atividades imobiliárias (1%), Comércio (0,8%), Transporte, armazenagem e correio (0,6%) e Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,5%).

A Indústria teve alta no balanço final, com ganho de 0,6% no trimestre, mas a abertura para subsetores traz resultados mistos.

As Indústrias de transformação tiveram alta de 1,3% contra o trimestre anterior. Já a Construção (-1,7%); Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-1,4%) e Indústrias extrativas (-0,3%) tiveram queda no trimestre.

Com isso, a Indústria segue 4,7% abaixo de seu pico histórico, no terceiro trimestre de 2013.

Pela ótica da despesa, o Consumo das famílias registrou a maior alta entre os setores, com ganho de 1,5% no trimestre. É o recorde da série histórica do PIB.

"O mercado de trabalho é um efeito positivo. Temos a mínima de desocupação e a massa salarial que tem aumentado recorrentemente, o que coloca a renda do trabalho na mão das familias. Além disso, a inflação está acima da meta, mas não está em níveis altíssimos", diz Rebeca Palis, do IBGE.

Houve uma desaceleração do Consumo do governo, que cresceu 0,8% no terceiro trimestre, contra 1,3% no segundo trimestre. Também é o maior patamar da série. "O governo tem sido importante agente para o desempenho e crescimento da economia", diz Palis.

Já os Investimentos (ou Formação Bruta de Capital Fixo) voltaram a subir 2,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior, em que já havia registrado alta de 2,1%.

Ainda que apresente recuperação em 2024, o setor ainda está 10,8% abaixo do seu maior patamar na série, que aconteceu no segundo trimestre de 2013.

Por fim, as Exportações de Bens e Serviços tiveram queda de 0,6% neste trimestre. As Importações de Bens e Serviços subiram 1%.

Principais destaques do PIB contra o mesmo trimestre de 2023:

Serviços: 4,1%

Indústria: 3,6%

Agropecuária: -0,8%

Consumo das famílias: 5,5%

Consumo do governo: 1,3%

Investimentos: 10,8%

Exportações: 2,1%

Importação: 17,7%

PIB cresce 4% em relação ao mesmo trimestre de 2023

O setor de Serviços avançou 4,1% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, com todas as suas atividades no campo positivo.

Destaques para Informação e comunicação (7,8%); Outras atividades de serviços (6,4%); Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (5,1%).

Ainda com altas expressivas estão o Comércio (3,9%); Atividades imobiliárias (3,1%); Transporte, armazenagem e correio (2,5%) e Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (1,7%).

A Indústria vem com alta de 3,6% contra o mesmo período de 2023. Mesmo com queda no resultado trimestral, a Construção tem alta de 5,7% no comparativo com o ano passado. O IBGE destaca que o resultado teve forte influência da alta da ocupação e produção dos insumos típicos dessa atividade.

Na sequência, as Indústrias de transformação tiveram alta de 4,2%, apoiadas principalmente pela fabricação de veículos automotores, outros equipamentos de transporte, móveis e produtos químicos.

Houve forte expansão de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (3,7%), com maior consumo de eletricidade no país, seja pelo clima mais quente como pelo avanço da atividade econômica. Apenas as Indústrias extrativas (-1,0%) ficaram em campo negativo, devido à queda da extração de petróleo e gás.

Já a Agropecuária registrou queda de 0,8% contra igual período de 2023, com a queda de produção ou perda de produtividade de culturas como cana (-1,2%), milho (-11,9%) e laranja (-14,9%). Mesmo os resultados positivos do algodão (14,5%), trigo (5,3%) e café (0,3%) não foram suficientes para reverter o acumulado negativo do setor.

O Consumo das famílias continua com resultados fortes e teve alta de 5,5% em relação ao mesmo trimestre de 2023. É o 14º trimestre consecutivo de alta no setor. Já o Consumo do governo cresceu 1,3% no período.

Os Investimentos tiveram alta de 10,8% no terceiro trimestre de 2024, com elevação na importação de bens de capital, produção interna de bens de capital, desenvolvimento de software e avanço da construção.

Entre as Exportações de Bens e Serviços (2,1%) destacam-se os produtos alimentícios, outros equipamentos de transporte, extração de minerais metálicos e produto químicos.

As Importações de Bens e Serviços cresceram 17,7%, com altas de produtos químicos; máquinas e materiais elétricos; máquinas e equipamentos; veículos automotores e serviços.

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