Um médico cardiologista, com consultório em Presidente Prudente, é acusado de abuso sexual praticado contra pacientes em seu consultório, durante atendimento médico.
Segundo nota à imprensa expedida pelo Deinter 8 (Departamento de Polícia do Interior), a notícia crime foi feita pela paciente D.A.O.C contra o cardiologista A.C.B.F., em 19 de julho do ano passado.
Desde então, a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Presidente Prudente passou a investigar o médico com base no artigo 215 do Código Penal Brasileiro, que trata da posse sexual mediante fraude.
Segundo a nota do Deinter, os abusos aconteciam no consultório do médico, localizado na Avenida Washington Luís, 2536, 5º andar, sala 504. Durante consulta com o médico, aproveitando-se de sua ascensão e contra a vontade expressa da vítima, ele teria praticado atos libidinosos diversos da conjunção carnal, consistentes em acariciar de forma lasciva sua perna e virilha, assim como introduzir a mão no interior de sua calcinha, acariciando e apalpando sua vagina, bem ainda, colocando a mão da vítima em seu pênis enquanto aferia sua pressão arterial.
Não bastasse - diz a nota do Deinter - o médico ainda pediu para ela virar de costas para auscultar seu coração e efetuou movimentos contínuo semelhantes aos utilizados na prática de conjunção anal, encostando seu quadril na região das nádegas da vítima.
Ouvida em declarações, a vítima explicou que passou por consulta com o mesmo profissional em maio do ano passado e naquela ocasião transcorreu dentro da normalidade. Sua pressão arterial foi aferida sentada, assim como a secretária realizou o exame de eletro.
Solicitados exames, ela retornou em nova consulta no dia 19 de julho, oportunidade em que o abuso sexual ocorreu. "Durante o evento a vítima repetiu por duas vezes que não gostava daquele comportamento, mas o investigado fitou os olhos de maneira firme e prosseguiu", diz a nota do Deinter. "Descreveu que entrou em estado de choque, passou a chorar, mas não conseguiu gritar por socorro, ficando sem reação, exceto a de lhe pedir, diversas vezes para parar", completa.
Mais casos
Segundo o Deinter, vários boletins de ocorrência de anos anteriores contra o mesmo médico e por práticas abusivas da mesma natureza e modo foram encontrados nos registros policiais.
Assim, visando produzir outros elementos de informação e tentar localizar outras vítimas, uma operadora de plano de saúde foi acionada pela Polícia. A companhia apresentou relação de pacientes do sexo feminino atendidas pelo médico citado, via plano de saúde.
Segundo o Deinter, da extensa relação e de maneira aleatória e exemplificativa, outras pacientes foram chamadas a relatar sobre os procedimentos ocorridos durante as suas consultas. "Algumas delas descreveram comportamento regular, contudo, outras tantas, corroborando ainda mais a versão da vítima confirmaram terem sido vítimas das investidas sexuais fraudulentas do autor, concluindo, pois pela existência de mais de vinte mulheres".
Com todos esses elementos juntados na investigação presidida pela DDM e segundo o Deinter, presentes indícios suficientes de autoria e materialidade, o médico foi devidamente interrogado, negando os fatos, sendo formalmente indiciado no crime de posse sexual mediante fraude, e diante das evidências foi representada pela decretação de sua prisão preventiva, junto ao Poder Judiciário.