O caseiro de uma fazenda foi multado em R$ 500, nesta quarta-feira (11), por caçar um tatu-galinha (Dasypus novemcinctus), em Pacaembu (SP).
O homem, de 33 anos, ainda irá responder criminalmente pela morte do animal silvestre.
A Polícia Militar Ambiental encontrou o tatu, já abatido, na sede da propriedade rural.
O corpo do animal foi recolhido e destinado ao aterro sanitário de Pacaembu.
A ocorrência será apresentada via ofício à Delegacia da Polícia Civil, onde o caseiro responderá criminalmente pela caça de animal silvestre, conforme o artigo 29, da lei federal nº 9.605, de 1998, com pena de detenção, de seis meses a um ano, e multa.
A espécie
Encontrado dos Estados Unidos ao norte da Argentina e em todo o Brasil, o tatu-galinha vive em cerrados, caatingas e florestas.
Embora seja considerado herbívoro, ele também se alimenta de pequenos insetos, carniça e ovos.
Procria apenas uma vez ao ano. Cada gestação leva cerca de 120 dias. Em geral, nascem quatro filhotes, que permanecem com a mãe por dois meses. O ninho fica no fundo da toca e é forrado por folhas e gramíneas. A maturidade sexual acontece só após um ano de vida.
Senhor de uma armadura sem igual, o tatu-galinha, a exemplo de outros de sua espécie, é um sobrevivente. Caçado indiscriminadamente pelo homem, por causa de sua carne, em alguns lugares do Brasil o ritmo de crescimento de sua população está até comprometido. Este mamífero está entre as dez espécies mais apreendidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) entre os animais vítimas da caça ilegal.
Embora tenha olfato apurado, dois de seus maiores problemas são não enxergar e não ouvir bem. Assim, torna-se presa fácil.
Conhecido também como tatu-de-folha, tatuetê, tatu-veado e tatu-verdadeiro, tem uma característica singular, que o distingue dos demais: a fêmea sempre dá à luz quatro ou cinco filhotes do mesmo sexo. A denominação científica deste fenômeno é poliembrionia.
Fisicamente, além da carapaça tradicional, tem cabeça alongada, olhos pequenos, orelhas grandes e cauda comprida. Bom nadador, atravessa cursos rasos d’água sem respirar, simplesmente caminhando no fundo do leito. Quando o rio é largo, não pestaneja: enche os pulmões a plena força e nada semi-imerso.
Tem, em média, de 60 a 100 centímetros de comprimento, com um peso que varia de três a dez quilos. Na cor, é marrom escuro nas costas e levemente amarelado na barriga. Costuma construir a toca perto de árvores e arbustos, espertamente com várias entradas. Por outro lado, na época das chuvas, sofre com a lama e o alagamento completo da “casa”.
Os seus hábitos de vida também variam bem. No verão, pode-se dizer, é mais ativo no crepúsculo. Já no inverno, prefere o dia (inclusive para tomar sol).
O nome popular “tatu” deriva do tupi. A sílaba “ta” quer dizer “dura” e “tu” refere-se a “espesso”.