Dois idosos registraram nesta quarta-feira (16) boletins de ocorrência na Polícia Civil alegando terem sido vítimas de golpes aplicados por duas mulheres que se passavam por agentes públicas de saúde em Presidente Prudente (SP). Os prejuízos que eles tiveram passaram de R$ 40 mil.
No Jardim São Paulo, um idoso, de 74 anos, foi vítima de um golpe de estelionato envolvendo mais de R$ 40 mil.
De acordo com o Boletim de Ocorrência registrado na Delegacia Participativa da Polícia Civil, a vítima recebeu em sua residência duas mulheres alegando serem agentes da Secretaria de Saúde. Como o idoso faz tratamento no posto de saúde do bairro Parque Cedral, acreditou ser normal o procedimento e deixou as suspeitas entrarem na casa.
Durante a suposta consulta, as envolvidas aferiram a pressão arterial do homem, bem como os batimentos cardíacos, e, por fim, utilizaram um aparelho celular para medir a pressão dos olhos.
Os policiais acreditam que o idoso foi vítima de fraude com o uso da leitura facial.
Ao consultar o extrato bancário, a vítima percebeu a contratação de dois empréstimos, um no valor de R$ 1.396,71 e outro de R$ 7.374,01; duas contratações no cartão de crédito consignado, cada uma no valor de R$ 6 mil; e um resgate antecipado na poupança de R$ 10.309,09.
Além disso, foram realizadas transferência via Pix nos valores de R$ 350, R$ 694, R$ 960, R$ 996, R$ 997, R$998, R$ 998, R$ 999.95, R$ 999,96, R$ 999,97, R$ 999,98 e R$ 999,99.
As golpistas também utilizaram os dados do idoso para criar uma conta bancária e realizaram um pagamento de recarga de celular no valor de R$ 100.
Por questão de segurança, a instituição bancária realizou o bloqueio da conta e do aplicativo.
A vítima registrou o Boletim de Ocorrência.
O local em que ocorreu o golpe não possuía câmeras de segurança, somente na residência do vizinho. O idoso foi orientado a apresentar as imagens posteriormente à Polícia Civil para auxiliar nas investigações.
Parque Bandeirantes
Além disso, também foi registrada nesta quarta-feira (16) uma ocorrência de estelionato parecida no bairro Parque Bandeirantes, envolvendo um idoso, de 70 anos, e duas golpistas.
Segundo os policiais, duas mulheres foram até a residência da vítima dizendo que tinham conhecimento de que o homem estava fazendo fisioterapia, mas que havia parado, e que estavam no local para retornar com o tratamento.
Uma das golpistas se identificou como médica e a outra como assistente médica. Ambas utilizavam jalecos brancos e crachás.
Na residência do idoso, a suposta médica aferiu a pressão da vítima, colocou aparelhos nas costas do paciente e, em seguida, disse que precisava tirar uma foto do homem para realizar um exame.
Após fazer as fotografias, a envolvida disse ao idoso que ele estava com problemas nos olhos.
Depois de algum tempo, as mulheres foram embora dizendo que retornariam na sexta-feira (18) à residência do homem.
Após o ocorrido, a filha do idoso foi até um posto de saúde e comentou sobre o ocorrido, onde foi orientada de que a vítima deveria procurar a delegacia, pois havia caído em um golpe.
O idoso foi até a agência bancária onde ele possuía conta e conseguiu imprimir os comprovantes de movimentações realizadas, onde verificou que foram realizados empréstimos no nome dele sem autorização.
Além disso, as golpistas utilizaram os dados do homem para criar uma conta em um banco em que o idoso não possuía cadastro e realizaram transferências via Pix.
A vítima detalhou aos policiais as características físicas das golpistas.
O idoso ainda informou que existem câmeras de segurança em uma residência vizinha à dele.
O Boletim de Ocorrência não cita o valor do prejuízo acarretado ao morador do Parque Bandeirantes.
Posicionamento da Prefeitura
Em nota oficial enviada ao g1, a Prefeitura de Presidente Prudente, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informou que todos os servidores são identificados com crachás e uniformes.
Ainda, o órgão público ressaltou que, caso haja qualquer desconfiança por parte dos moradores, é recomendável entrar em contato com a secretaria para verificar se a visita é de algum agente de saúde do município, ou então com a unidade de saúde mais próxima da residência.