Um incêndio atingiu uma área de vegetação, em Adamantina, às margens da Estrada Municipal José Bocardi, no final da tarde desta quarta-feira (14). O local fica nas proximidades do antigo curtume Couroada. Uma densa cortina de fumaça se formou, sobretudo em razão da vegetação seca.
O combate às chamas mobilizou equipes do Corpo de Bombeiros e caminhões-pipa da Prefeitura de Adamantina, em apoio. A ação de contenção ao incêndio avançou pela noite. Por volta das 22h as últimas equipes deixaram o local. Nesta quinta-feira (15) pela manhã ainda eram vistos focos isolados de fogo e fumaça.
O fogo ocorreu em uma área de plantio de eucaliptos próximo às instalações da empresa desativada, propagou rapidamente e avançou por uma longa faixa na Estrada 2 (Estrada Geraldo Jordão).
O antigo curtume e a área que pegou fogo são separadas pela estrada municipal. Porém o fogo alcançou o outro lado e também avançou bem próximo às edificações abandonadas. Em setembro de 2021 um incêndio atingiu o local.
O estado de São Paulo segue com diversas regiões em estado de emergência para incêndios florestais, segundo a Defesa Civil Estadual. O Mapa de Risco de Incêndio é uma das ferramentas tecnológicas que auxiliam o órgão no monitoramento de queimadas em vegetação durante o período da estiagem.
O software funciona 24 horas por dia e é feito a partir de algoritmos que compilam dados sobre elementos como o nível de chuva dos últimos dias, cobertura vegetal, umidade do ar e do solo, temperatura e velocidade do vento. Deste modo, ele disponibiliza modelos com previsão para os próximos cinco dias. A escala possui quatro níveis e vai do risco baixo (cor amarela) ao risco emergência (cor roxa).
Diariamente, o Centro de Gerenciamento de Emergência (CGE) encaminha o Mapa de Risco de Incêndio para todas as Coordenadorias Municipais. Àquelas que estão inseridas em uma área com risco mais elevado recebem um indicativo de alerta. Deste modo, são adotadas medidas de prevenção como vistoria nas áreas mais suscetíveis às queimadas, construção de aceiros e intensificação das campanhas de conscientização junto à população.
A explicação para o risco elevado de incêndios florestais é a ausência de chuva e a baixa umidade relativa do ar em todo território paulista. “O estado de São Paulo possui um outono e inverno com climatologia de tempo mais seco, com tendência para que a Umidade Relativa do Ar diminua significativamente, atingindo níveis mais críticos diariamente, ou seja, valores abaixo dos 30% em praticamente todas as áreas monitoradas”, explica Willian Minhoto, Meteorologista da Defesa Civil.
Causas humanas e orientações
De acordo com estudos promovidos pelo governo paulista, em 2023 mais de 90% dos 158 focos de incêndio em áreas protegidas tiveram como causa ações humanas que poderiam ter sido evitadas, de acordo com o Painel Geoestatístico dos Incêndios Florestais em Unidades de Conservação e Áreas Protegidas, da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil).
Diante disso, medidas de prevenção devem ser adotados também pela população, como: não colocar fogo em áreas de vegetação seca, não jogar bitucas de cigarro em beiras de rodovias, não realizar a limpeza da área rural utilizando técnicas com fogo, não queimar lixo e não soltar balão.