A Justiça decretou a prisão preventiva de Izabella Rodrigues da Silva, de 24 anos, após a conclusão do inquérito policial que indiciou a jovem por homicídio triplamente qualificado contra o próprio filho, João Pedro Esteves Rodrigues da Silva, de apenas cinco anos, em Santo Anastácio (SP).
O garoto foi encontrado em um riacho conhecido popularmente como Córrego da Figueira, em uma propriedade privada na zona rural da cidade, no último dia 10 de agosto, após dois dias de buscas.
Ao g1, o delegado responsável pelas investigações, Wanderley Campione, informou que as qualificadoras do crime são:
motivo fútil;
meio cruel; e
impossibilidade de defesa da vítima.
Campione ainda ressaltou que haverá causa de aumento de até dois terços da pena cumprida pela indiciada em razão de a vítima ser filha da autora.
“Laudos periciais concluíram que a criança morreu por afogamento, sem violência, sem lesões outras. A morte decorreu da inércia da mãe nos cuidados da criança no matagal e no próprio córrego, faltando com os cuidados necessários para salvaguardar a integridade física e a própria vida do filho menor”, disse o delegado à TV Fronteira.
O inquérito policial, concluído no início de outubro, foi remetido ao Juízo da Comarca de Santo Anastácio, ocasião em que a Polícia Civil representou pela prisão preventiva de Izabella Rodrigues da Silva, deferida pela Justiça.
Ela continua detida na Penitenciária Feminina de Pirajuí (SP), onde deu entrada, no dia 10 de agosto, para o cumprimento da prisão temporária por 30 dias, que foi prorrogada por igual período.
Ainda segundo Campione, a Promotoria de Justiça já ofereceu denúncia contra a jovem e, agora, ela responde ao processo criminal.
“Foi uma tragédia familiar, antes de tudo. Um caso triste de trabalhar, mas vamos levando. A genitora da autora e avó da vítima mudou de endereço por causa das recordações. Estamos procurando apresentar um bom trabalho para a justiça ser feita”, ressaltou o delegado em entrevista ao g1.
Defesa
Em nota à TV Fronteira na manhã deste sábado (21), a defesa de Izabella Rodrigues da Silva informou “estar agindo com cautela e analisando toda a parte técnica do laudo pericial”.
Ainda de acordo com ela, com base nos laudos apresentados no processo, “não é indicada a participação de terceiros na morte de João Pedro Esteves Rodrigues da Silva” e “consta que a morte teria sido por afogamento”.
Relembre o caso
A criança ficou desaparecida durante dois dias, de 8 a 10 de agosto, quando o corpo dela foi encontrado em um riacho conhecido popularmente como Córrego da Figueira, em uma propriedade privada na zona rural de Santo Anastácio.
Efetivos das polícias Ambiental, Civil e Militar realizaram as buscas junto com o Corpo de Bombeiros.
Equipamentos de drones e o Helicóptero Águia da PM também sobrevoaram pelo local para auxiliar na localização do garoto.
De acordo com o capitão João Henrique Papoti, do Corpo de Bombeiros, a mãe do menino mudou algumas vezes as versões dadas ao caso e, em uma delas, disse ter jogado a criança em uma lagoa.
No dia do desaparecimento, a mulher teria voltado para casa sem roupas e enrolada em um tapete. Ela toma medicamentos para depressão e ansiedade, segundo os bombeiros.
Por determinação judicial, após a concordância do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP), Izabella foi presa por um prazo inicial de 30 dias, que foi prorrogado pelo mesmo período.
João Pedro Esteves Rodrigues da Silva, de apenas cinco anos, foi sepultado no dia 11 de agosto, no Cemitério Recanto da Paz, em Santo Anastácio.