Nova reconstituição de assassinato de advogado desconstrói tese de que não houve homicídio 'mercenário'

28/06/2018 06h03 Nilson Mônico foi executado a tiros em seu próprio escritório, em Presidente Venceslau. Polícia Civil já concluiu o inquérito sobre o crime e encaminhou o caso à Justiça.
Por G1, Presidente Prudente - SP
Nova reconstituição de assassinato de advogado desconstrói tese de que não houve homicídio 'mercenário' Reconstituição do crime foi realizada nesta quarta-feira (27). (Foto: Reprodução/TV Fronteira)

A Polícia Civil realizou nesta quarta-feira (27) mais uma reconstituição do assassinato do advogado Nilson Aparecido Carreira Mônico, em Presidente Venceslau. De acordo com o delegado Éverson Contelli, a reconstituição desconstruiu a tese de que não houve homicídio "mercenário", que é quando alguém é contratado para matar uma pessoa.

Contelli disse que o atirador recebeu uma quantia em dinheiro e foi orientado a localizar e matar o advogado. "As inúmeras divergências da reconstituição de hoje com aquela da semana passada demonstraram isso.", afirmou o delegado.

Dois homens estão presos e são acusados de envolvimento no crime. Um ex-policial militar é apontado como o atirador contratado para matar Mônico. Um empresário é apontado como o mandante da execução.

"A pessoa que esteve aqui hoje realmente foi contratada, recebeu todo material, recebeu a arma de fogo, a munição, entrou no escritório e, após conversar com o advogado, efetuou os tiros de forma dolosa. O que tem agora já é suficiente. A gente já sabe efetivamente como ocorreu, quais foram os passos lá dentro e aqui fora.", explicou Contelli.

Conclusão de inquérito

A Polícia Civil concluiu na última sexta-feira (22) as investigações sobre a morte do advogado Nilson Aparecido Carreira Mônico, em Presidente Venceslau, e encaminhou o resultado do inquérito à Justiça. O caso está a cargo da 3ª Vara do Fórum de Presidente Venceslau.

Segundo a Polícia Civil, as investigações produziram provas de que o empresário Luiz Henrique Almeida Reis contratou o ex-policial Wagner Oliveira Andrade da Silva para matar o advogado, pela quantia de R$ 2 mil adiantados, mais a contribuição que acertariam após a morte.

Os dois já estão presos.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, entre as provas produzidas, está a comprovação de que as munições foram compradas pelo empresário e repassadas a Silva.

Além da representação à Justiça pela manutenção da prisão preventiva de Silva e da conversão da prisão temporária de Reis em prisão preventiva, a Polícia Civil solicitou a cassação de todos os portes e licenças relacionados a armas, atividades de colecionador de armas e para uso de carros blindados pelo empresário perante a Polícia Federal e o Comando Militar do Sudeste.

Durante os dez dias de investigações sobre o caso, a Polícia Civil cumpriu nove mandados de busca e apreensão em cinco cidades paulistas - São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, São José dos Campos e Jacareí - até apontar o empresário como o mandante do crime.

Tiros

O advogado Nilson Aparecido Carreira Mônico, de 55 anos, morreu após ser baleado em seu próprio escritório, no Centro, em Presidente Venceslau, na manhã do dia 13 de junho. A vítima chegou a ser socorrida pelo Corpo de Bombeiros e encaminhada ao Pronto-socorro local, mas não resistiu.

Segundo a Polícia Militar, dois indivíduos de São Bernardo do Campo estavam em um veículo. Um deles desembarcou, entrou no prédio onde funciona o escritório da vítima e praticou o crime. Em seguida, os dois fugiram, mas um deles foi detido pela Força Tática.

Na última segunda-feira (18), a Polícia Civil prendeu, em São Bernardo do Campo, o empresário suspeito de mandar matar o advogado. Segundo a Polícia Civil, o empresário confessou o crime, mas disse que só queria assustar a vítima, não a matar.

Segundo a polícia, o empresário perdeu uma ação e se revoltou contra o advogado da parte contrária. O advogado defendia a viúva de um homem vítima de um acidente causado por um motorista de caminhão bêbado, que trabalhava para a transportadora do empresário. Para pagar a indenização, o advogado conseguiu a penhora de um dos imóveis do empresário, em Guarujá (SP), avaliado em mais de R$ 1,5 milhão.

Buscas foram feitas nas empresas e em endereços de familiares do empresário. Quatro armas e um simulacro de arma foram apreendidos, além de documentos.

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