A Operação Chat prendeu três pessoas suspeitas de envolvimento com crimes de extorsão agravada, falsa identidade, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro praticadas por meio da venda de fotos e vídeos com conteúdo sexual pela internet. Trata-se, segundo a Polícia Civil, de uma nuance da chamada “sextorsão” que já vitimou 270 homens somente no Estado de São Paulo.
As investigações tiveram início em fevereiro deste ano, depois que um homem morador do Jardim Paulista, em Presidente Prudente (SP), levou um prejuízo de R$ 3 mil com o golpe.
Os agentes da Polícia Civil do Estado de São Paulo descobriram que não se tratava de um caso isolado, mas da existência de uma associação permanente de criminosos para a prática de extorsões pela internet. A estimativa é de que apenas no Estado de São Paulo os crimes praticados pelo grupo possam ter deixado 270 homens vítimas.
Com o avanço das apurações, a Justiça decretou as prisões preventivas de dois homens, de 32 e 48 anos, e uma mulher, de 32 anos, que foram cumpridas nesta sexta-feira (6), na cidade de Barreiras (BA), por policiais civis dos estados de São Paulo e da Bahia, juntamente com três mandados de busca e apreensão.
O grupo residente na Bahia passava-se por mulher na venda de nudes em sala de bate-papo na internet, usando nomes falsos e contas bancárias abertas com fraude.
Segundo a Polícia Civil paulista, depois que as vítimas compravam as fotos e os vídeos com cunho sexual por aplicativos de bate-papo, os golpistas passavam a enviar-lhes mensagens pelo WhatsApp exigindo mais valores para que aquelas conversas não fossem enviadas a esposas e familiares nem divulgadas pela internet. Após a consumação do golpe, os bandidos realizavam a fragmentação dos valores arrecadados em várias contas e transações financeiras pelo PIX.
Com os resultados das prisões e apreensões realizadas na Bahia, a 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG), que é vinculada à 8ª Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), com sede em Presidente Prudente, pretende identificar outros comparsas, bem como novas vítimas e ainda eventual patrimônio ocultado na lavagem de capital.
Ainda segundo a Polícia Civil, todos os três suspeitos presos permanecerão na Bahia e serão indiciados pelos crimes de extorsão agravada, falsa identidade, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
O delegado responsável pelas investigações, Pablo Rodrigo França, explicou ao g1 que habitualmente a chamada “sextorsão” ocorre quando a pessoa manda foto ou vídeo íntimo e o criminoso exige dela dinheiro para não divulgar o conteúdo da mídia.
Já no caso da Operação Chat, segundo França, não há o envio de imagens íntimas, mas a extorsão é para que as conversas e tratativas não sejam expostas à esposa da vítima ou até mesmo em rede social.