A Operação Duplus cumpriu, na manhã desta quarta-feira (17), 28 mandados de buscas domiciliares em oito cidades e investiga uma suposta organização criminosa que clonava perfis de redes sociais e divulgava investimentos falsos de alta rentabilidade.
Conforme a Polícia Civil, as investigações tiveram início após uma vítima de Presidente Prudente (SP) procurar a Delegacia com um prejuízo de quase R$ 30 mil em 2023. Os agentes constataram que “não se tratava de caso isolado” e “outras dezenas de vítimas foram sendo catalogadas como pagantes enganados pela mesma fraude eletrônica”.
Considerando o número de vítimas no Oeste Paulista e a multiplicação de anúncios nas redes sociais, o material foi encaminhado para o Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro (Seccold) para análise e emissão de relatório técnico.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, na manhã desta quarta-feira, foram cumpridos os mandados de buscas domiciliares nas cidades de Vitória da Conquista (BA), Ribeirão Preto (SP), São Paulo (SP), Diadema (SP), São Vicente (SP), Santos (SP), Praia Grande (SP) e no Distrito Federal com o objetivo de coletar “material eletrônico para fechamento do procedimento policial e futura responsabilização dos indiciados” e 25 pessoas foram identificadas como possíveis participantes do grupo criminoso.
A organização criminosa invadia os perfis das pessoas nas redes sociais e divulgava esses investimentos. As vítimas eram direcionadas para pessoas ou empresas falsas, que prometiam os altos lucros, fraudavam os cadastros e induziam ao investimento por meio do PIX.
Conforme os registros localizados, os altos valores movimentados pela organização criminosa, segundo os agentes, “forçam a necessidade de novo delito de branqueamento de capital”.
“Com o grupo e com o resultado das buscas realizadas, a polícia busca a identificação de outros comparsas, bem como novas vítimas e patrimônio ocultado no branqueamento de capital”, esclareceu a Polícia Civil
Os suspeitos indiciados responderão pelos crimes de estelionato com fraude eletrônica, falsa identidade, falsidade ideológica, organização criminosa e lavagem de capitais. O termo “duplus” em Latim significa “dobro” e, conforme os policiais, faz alusão ao lucro prometido às vítimas.