Um homem, de 36 anos, foi preso nesta quarta-feira (9), em Pirapozinho (SP). Segundo a Polícia Civil, ele é suspeito de torturar um rapaz durante um “julgamento” realizado por uma espécie de “tribunal do crime” para a cobrança de dívidas relacionadas ao tráfico de drogas em uma área de matagal na periferia da cidade.
O crime teria ocorrido em 13 de setembro, quando a vítima, de 35 anos, foi encontrada pela Polícia Militar, após a sessão de tortura, com uma série de ferimentos.
As investigações conseguiram identificar dois suspeitos envolvidos no crime, que, segundo a própria vítima, poderia tê-la levado à condenação à morte, se não houvesse a intervenção policial a tempo de salvá-la.
A Justiça concedeu mandados de busca e apreensão e de prisão temporária que uma operação deflagrada pelas polícias Civil e Militar saiu a campo para cumprir nesta quarta-feira.
Em uma residência, os policiais encontraram porções de crack e prenderam em flagrante um morador, de 36 anos, que ainda tinha contra si um mandado de prisão temporária, também cumprido.
Além do flagrante por tráfico de droga, a Polícia Civil o indiciou pelo crime de tortura. Ele permaneceu preso no aguardo da audiência de custódia na Justiça.
O outro homem contra quem havia um mandado de prisão temporária não foi encontrado e a Polícia Civil já adiantou que pedirá ao Poder Judiciário a decretação da prisão preventiva dele.
“No último dia 13 de setembro, tivemos uma inusitada situação aqui em Pirapozinho. Membros de uma possível associação criminosa regional teriam se desentendido numa cobrança de dívida e um desses traficantes teria sido justiçado, levado pro julgamento no tribunal, sendo que só não teria sido executado, após uma sessão de tortura, graças ao rápido e eficiente trabalho da Polícia Militar”, relatou o delegado da Polícia Civil responsável pelas investigações sobre o caso, Rafael Guerreiro Galvão.
“Sabendo disso, a Polícia Civil começou a engendrar uma série de diligências de Polícia Judiciária e conseguimos esclarecer esse contexto criminoso, o que nos levou à possibilidade de representação para a decretação de prisão temporária”, prosseguiu.
“Hoje, juntamente com a Polícia Militar, deflagramos uma operação policial e prendemos um desses membros desse justiçamento, dessa associação que torturou um de seus próprios traficantes. Um duro golpe no crime regional, no crime local e no tráfico, que estava se achando acima do poder e da Justiça local”, concluiu Galvão.