Rádio Metrópole FM

Como já tradicional na cidade, a chegada do Ano Novo foi marcada por uma queima de fogos de artifícios vista, praticamente, por todos os bairros. No entanto, o que para muitos foi motivo de festa, para outros gerou transtornos.

Logo no primeiro dia do ano, alguns internautas postaram em suas redes sociais os prejuízos que os fogos causaram, em especial, às suas crianças e a seus animais de estimação. O som intenso provocou agitação e medo em alguns cães que, no desespero em fugir do barulho, acabaram por se ferir.

As reclamações reascenderam a polêmica sobre o Projeto de Lei que visa à proibição de soltura de fogos de artifícios com efeitos sonoros. Rejeitado em fevereiro do ano passado, o projeto do vereador Lucas Canola Hirano (PV) tende a ganhar força para ser reapresentado neste ano.

Procurado pelo Jornal Cidade Aberta, Lucas Hirano adianta que já protocolou o projeto novamente visando solucionar os transtornos gerados com o estouro dos fogos de artifícios. Segundo o vereador, “a tradição pode ser mudada para evitar esses problemas às pessoas e aos animais que sofrem com o barulho dos fogos”.

"Sou defensor desse projeto devido à grande importância que ele tem para as pessoas, englobando as crianças, idosos e portadores de necessidades especiais, além dos animais. Já protocolei [novamente] na Câmara Municipal, no dia 4 de janeiro deste ano, o mesmo projeto [apresentado no início de 2016]. O objetivo do projeto é garantir a saúde e o bem-estar de idosos, crianças, doentes, pessoas com deficiência e autistas, além de preservar os direitos dos animais", disse Hirano.

Em 2017, o projeto acabou rejeitado por não apontar, na época, um órgão fiscalizador para controlar o uso dos artefatos, além do projeto não prever pena para os infratores.

Tudo isso, porém, está sendo adequado dentro do projeto.

"O projeto já está sendo adequado para que esses fatores não sejam a causa da rejeição. Estou pesquisando e conversando com [pessoas e departamentos responsáveis das] cidades que já tem o mesmo projeto [em vigor] para podermos adequá-lo em nosso município", garantiu o vereador.

Por que os cães sofrem?

A maioria dos cães é extremamente sensível a sons muito altos ou estrondos. "Eles ouvem quatro vezes mais precisamente do que o ser humano. Além disso, suas orelhas são direcionáveis e localizam a origem de um som em apenas seis centésimos de segundo, por exemplo, o som que você é capaz de ouvir a apenas dois metros de distância, um cão pode ouvira oito metros de distância", disse a médica veterinária, Anne Arruda Panvéchio.

Ela destaca que os cães captam sons além e aquém das frequências que o ser humano tem capacidade de ouvir. "Enquanto ouvimos em uma frequência entre 16 a 20.000 Hz, eles ouvem entre 10 a 40.000 Hz", diz a veterinária.

"A queima de fogos tem para eles o mesmo impacto de um bombardeio, uma guerra têm para os seres humanos. Eles não conseguem identificar o que é, mas é extremamente assustador e muito forte. Cães epiléticos podem convulsionar e aqueles que têm problemas no coração podem sofrer uma parada cardiorrespiratória súbita", completa.

"Os cães ficam completamente apavorados durante a queima de fogos, alguns tentam fugir, pelo desespero, tentando ficar o mais longe possível do barulho, consequentemente alguns acabam se machucando durante a fuga", afirmou Anne Panvéchio.