A pandemia do novo coronavírus promoveu uma crise na saúde pública mundial, mas que também refletiu e ainda reflete negativamente na economia. Desde março, quando foi decretada a quarentena no Estado de São Paulo, empresas foram obrigadas a fechar, a fim de promover o isolamento social e, assim, evitar a proliferação da doença. Com isso, dados do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) mostram que, nesse cenário, 76% dos negócios em Presidente Prudente foram afetados, desde o mínimo possível ou até de forma drástica. O levantamento não apresenta a quantidade absoluta de estabelecimentos e serviços.
O gerente regional do Sebrae, José Carlos Cavalcante, ainda lista, de forma ordenada, os setores que mais sentiram a crise: o varejo tradicional (comércio), construção civil, moda, beleza e estética, oficinas mecânicas e serviços educacionais. "Os únicos que não sofreram diretamente foram a indústria e a agropecuária, que não pararam. Além disso, aqui na região, nós não temos grandes polos industriais", completa.
A situação gerou um menor faturamento, que por sua vez, ocasionou contenção de despesas e até mesmo demissão de funcionários. "Desta forma, quem tem menos capital de giro é quem sofre mais", completa o gerente. E foi isso o que aconteceu, ainda de acordo com Cavalcante, uma vez que os MEIs (Microempreendedor Individual) e as MEs (Microempresa) estão na "ponta do iceberg", com menos faturamento ainda.
"QUEM TEM MENOS CAPITAL DE GIRO É QUEM SOFRE MAIS"
Neste momento, ele conta à reportagem que é necessária uma orientação àquele que foi demitido e às vezes pensa em abrir o próprio negócio. "Essa lista serve para identificar aquilo que o momento não favorece o investimento. E para quem quer investir, tudo deve ser feito com o máximo de orientação", frisa.
Trimestre positivo
Porque quando a pessoa opta por montar o próprio negócio sem orientação, muitas vezes ela está investindo pela necessidade e não pela oportunidade. Com isso, se algo sai do controle, do conhecimento, culmina-se em um fechamento. No primeiro trimestre de 2020, por exemplo, 1.427 empresas, de micro à grande, fecharam as portas na região. O saldo ainda é positivo, uma vez que houve 4.007 aberturas. Ou seja, superávit de 2.580, conforme os números do Painel Mapa de Empresas, da União.
Nesse contexto, muitos dos que fecharam podem ter optado pela necessidade, sem orientação, conforme analisa Cavalcante. Isso porque, como a analise é do primeiro trimestre do ano, nesse período a pandemia da Covid-19 ainda não havia afetado a região de forma brusca. "Aumentou muito o empreendedorismo, pelo fato de muitas pessoas perderem o posto de trabalho nos últimos anos", completa.
Mas já pensando no segundo semestre, que termina esse mês, o prognóstico não é dos melhores, uma vez que o período compreende a fase mais crítica da quarentena."Com a flexibilização que ocorreu, a situação será melhor, obviamente. Mas no todo, é um momento ruim", finaliza.