Bancos de Sangue de Presidente Prudente têm estoques baixos no mês de junho e pedem socorro; veja como doar

14/06/2023 08h35 Dia Mundial do Doador de Sangue é celebrado nesta quarta-feira (14). Apesar da data, reservas de bolsas costumam ser baixas, conforme os hospitais.
Por G1, Brasil
Bancos de Sangue de Presidente Prudente têm estoques baixos no mês de junho e pedem socorro; veja como doar .

Quantos fatos podem acontecer em 60 minutos? Algumas situações podem mudar o percurso de uma vida inteira. Acidentes, comemorações, fatalidades, atos solidários e outros milhares de acontecimentos. Uma boa ação que dura cerca de 1 hora pode salvar até quatro vidas: a doação de sangue.

Em Presidente Prudente (SP), dois bancos de sangue recebem os interessados de segunda-feira a sábado. Um fica localizado na Santa Casa de Misericórdia e o outro no Hospital Regional Doutor Domingos Leonardo Cerávolo.

Nesta quarta-feira, dia 14 de junho, é celebrado o Dia Mundial do Doador de Sangue. Apesar da data, os estoques de sangue costumam ser baixos, conforme os hospitais.

Segundo a Santa Casa, a unidade costuma coletar 1,5 mil bolsas de sangue por mês. Já o HR, costuma receber de 1 mil a 1,2 mil doadores mensalmente. Porém, no mês de junho, os estoques do Hospital Regional caem para 800 bolsas.

Conforme a coordenadora do Banco de Sangue da Santa Casa, Elaine Negri, entre as razões da queda significativa está o período de férias e as condições climáticas, "já que o mês de junho pode estar associado ao frio e as pessoas tendem a ficar mais em casa".

Na Santa Casa, os tipos sanguíneos O-, O+, A- e B+ são os que apresentam o menor número de bolsas atualmente.

Veja abaixo como contribuir para aumentar o estoque e tornar-se um doador de sangue:

Quem pode e quem não doar?

Para ser um doador é preciso ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até os 60 anos. Além disso, é necessário pesar mais de 50 quilos e estar em boas condições de saúde. Os menores de idade devem comparecer acompanhados por um responsável.

Inaptidão definitiva

Não podem doar sangue quem teve hepatite B ou C, malária ou sífilis. Além disso, quem é hemofílico, anêmico, portador de diabetes, de chagas, câncer e doenças em geral também não podem ser doadores. Além disso, aqueles que possuem comportamento de risco para doenças transmissíveis pelo sangue não podem contribuir.

Inaptidão temporária

As pessoas que passaram por uma cirurgia ou parto há seis meses, tiveram gripe ou febre nos últimos sete dias, tomaram bebidas alcoólicas há 12 horas e ingeriram alimentos gordurosos 24 horas antes da doação estão restritas temporariamente de doar.

Doadores que foram expostos a situações consideradas de risco para infecções sexualmente transmissíveis (como contato sexual com alguém com teste positivo para HIV) devem esperar 12 meses após o episódio.

Outras situações necessitam de espera para estar apto a doar, como:

Grávidas e puérperas - não podem doar. É preciso aguardar um ano após dar à luz para fazer a doação. Mesmo amamentando, se completou o período de um ano após o parto, a mãe pode doar;

Parto ou abordo - devem esperar três meses para doar;

Passou por cirurgia - o tempo disponível para doar varia de três meses a 1 ano após o procedimento cirúrgico, conforme o tipo de cirurgia que você fez.

Dengue - Em casos de dengue hemorrágica, é preciso aguardar 6 meses após a sua recuperação. Já para quem teve os demais tipos de dengue, é preciso aguardar 30 dias após a sua recuperação para fazer a doação de sangue. Pessoas com sintomas da dengue não devem doar.

Coronavírus - quem já teve a Covid-19 pode doar sangue 10 dias após a completa recuperação. Em relação aos imunizantes, quem tomou a Coronavac deve aguardar 48 horas para fazer sua doação. Já quem recebeu a vacina da Oxford/Astrazeneca, Pfizer e Janssen deve aguardar 7 dias para estar apto a fazer a doação.

Gripe - pode doar 15 dias após a cura, ter passado por cirurgia recentemente (3 a 12 meses);

Endoscopia ou colonoscopia - não pode doar quem realizou os procedimentos nos últimos seis meses.

Tatuagens e piercing - é preciso esperar um ano depois de ter feito tatuagem ou colocado piercing para fazer a doação de sangue.

Processo de doação

Conforme a coordenadora do Núcleo de Hemoterapia do Hospital Regional, Cláudia Cavali Santello, todo o processo de doação tem duração de 40 minutos, em média. Já conforme a coordenadora do Banco de Sangue da Santa Casa, Eliane Negri, no local todo o procedimento dura cerca de 1h e 10 minutos.

No dia da doação, é recomendável seguir algumas orientações, como beber bastante água nas horas que antecedem a doação de sangue e continuar se hidratando ao longo do dia. Os doadores também devem evitar jejum prolongado, fazer uma refeição leve antes de doar e evitar consumir alimentos gordurosos.

Cadastro

Ao chegar no Banco de Sangue, a pessoa será atendida na recepção, onde deve realizar um cadastro com os documentos pessoais. Durante esta primeira etapa, também é feita a conferência dos primeiros indicativos para verificar se a pessoa está apta para doar ou não.

Pré-triagem

Aprovado para doar, o interessado é encaminhado para a pré-triagem, onde verifica-se a temperatura, pressão arterial, saturação, batimentos cardíacos, peso e hemoglobina.

Entrevista

Em seguida, há uma entrevista que irá abordar assuntos pessoais de modo sigiloso, a fim de entender os hábitos diários do possível doador.

Doação

Sendo aprovado na etapa anterior, a pessoa é encaminhada para a sala de coleta para realizar a doação. O doador fica sentado em uma poltrona e o sangue é coletado de uma veia por meio de uma injeção, pela qual o sangue é transferido para uma bolsa que coleta de 450 a 500 ml por cerca de 10 minutos.

Nesta etapa, parte do material coletado é encaminhado para a realização de testes de doenças contagiosas e verificação do tipo sanguíneo.

Pós-doação

Depois de concluída a boa ação, o doador recebe um lanche.

Conforme a coordenadora do Núcleo de Hemoterapia do HR, assim que coletava, a bolsa de sangue é destinada para o setor de fracionamento. Por lá, ela é separada pelos hemocomponentes, ou seja, divide-se em concentrados de hemácias, plasma e plaquetas.

Após fracionada, a bolsa aguarda a sorologia coletada também durante a doação e, assim que aprovada, é destinada aos estoques separados por tipos sanguíneos para disponibilidade do paciente.

O uso de hemocomponente é comum em diversas situações no ambiente hospitalar, segundo Elaine Negri, coordenadora do Banco de Sangue da Santa Casa. Inclui-se procedimentos cirúrgicos, traumatismos e lesões graves, especialmente os que envolvem perda significativa de sangue.

Por outro lado, há diversas doenças e condições médicas que requerem transfusões sanguíneas regulares e sob demanda. “A decisão final é tomada pelo médico responsável pelo cuidado do paciente”, informou Elaine.

Doadores constantes

A frequência máxima é de quatro doações de sangue anuais para homens, respeitando o intervalo mínimo de dois meses entre uma doação e outra. Já para mulheres, a regularidade é de três doações anuais, em três meses de intervalo.

Devido a alta demanda, os Bancos de Sangue precisam manter os estoques em dia. Porém, em caso de extrema necessidade, em que o número de bolsas é escasso e a demanda é urgente, a equipe do HR costuma ligar para os doadores recorrentes.

O auxiliar administrativo da unidade, Nicolino Rosa Júnior, está na lista de doares a ser acionado pela unidade em casos de emergência, principalmente relacionados à doação de plaquetas. Extraído do sangue, o tempo de duração das plaquetas é curto, visto que podem ser armazenadas por cinco dias.

“A única diferença é que a plaqueta demora um pouco mais [comparado a doação de sangue], de 2h a 2h30, mais ou menos, o ciclo completo”, disse Nicolino ao g1.

Ele reforça que sempre que a unidade liga, não pensa duas vezes em contribuir.

"[Doou] todos os anos, com uma média de cinco doações por ano. Pretendo sempre doar, não parar nunca. Tem muita gente precisando, o Banco de Sangue sempre está precisando e, por mais que a gente doa, sempre está precisando. Pode vir doar porque é rapidinho, não dói, é normal”, ressalta o auxiliar administrativo.

O casal Valdir Roberto Ciola Junior e Sabrina Borges da Silva também costumam contribuir sempre com os estoques de sangue do Hospital Regional. Segundo eles, ajudar a salvar vidas através da doação é gratificante.

“A gente viu que estava precisando de doação e como nós já somos doadores, decidimos vir novamente, já tinha passado o tempo e decidimos aproveitar o dia para vir doar. Nós estamos aqui hoje como doadores, mas a gente algum dia pode precisar também”, disse Sabrina.

Os moradores de Rosana contam que, mesmo com a distância de aproximadamente 2h de viagem até Presidente Prudente, eles fazem questão de estar presente na cidade conforme o tempo de intervalo estipulado.

“Estamos aqui firmes, daqui três meses de novo. É muito bom, quem puder vem porque não dói, é rápido”, disse Valdir ao g1.

Serviço

Os Bancos de Sangue da Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente (SP) e do Hospital Regional funcionam de segunda-feira a sábado.

Veja os horários de funcionamento nas unidades:

Hospital Regional (inclusive nos feriados)

De segunda à sábado, das 7h às 17h;

Santa Casa (exceto feriados)

Segunda, terça, quinta e sexta-feiras, das 7h às 16h;

Quarta-feira, das 8h às 17h;

Sábado, das 7h às 11h.

O Banco de Sangue do HR fica na Rua José Bongiovani, nº 1.297, na Vila Liberdade, em Presidente Prudente.

Já o Banco de Sangue da Santa Casa de Presidente Prudente fica na Rua Wenceslau Brás, nº 5, na Vila Euclides.

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