Entrou em funcionamento neste mês de novembro o CIS (Centro Integrado de Saúde), que funciona no prédio inicialmente projetado para ser uma UPA (Unidade de Pronto-Atendimento), em Adamantina.
Siga Mais visitou o local na manhã desta quarta-feira (27) e conheceu toda a estrutura de trabalho e serviços do espaço. A visita ao CIS foi acompanhada pelo secretário municipal de saúde, Gustavo Taniguchi Rufino, e pela enfermeira Rosemary Idalgue Mantovani, que detalharam os ambientes estruturais e os serviços prestados à população.
O novo espaço de saúde funciona de segunda a sexta, das 7h às 17h, onde o público é atendido com data e hora marcada, a partir de encaminhamentos de pacientes feitos pelas unidades básicas de saúde. "A porta de entrada é a unidade básica de saúde", destaca Rose Mantovani.
Ela explica que o paciente é atendido na unidade básica de saúde onde está inscrito, e se houver necessidade é encaminhado para as especialidades. Em posse do encaminhamento, o paciente se dirige ao agendamento da Secretaria Municipal de Saúde, que identifica a característica da necessidade e encaminha para os serviços habilitados, que podem ser o CIS, o AME em Tupã ou outra referência para a demanda do paciente.
A inauguração oficial do espaço vai acontecer dia 9 de dezembro, às 8h30. O telefone do CIS é (18) 3522-9310.
O que funciona no CIS?
O CIS está estruturado em duas frentes de atendimento. Uma delas envolve os serviços de saúde do próprio município, que agora estão concentrados no novo espaço. No local são realizados atendimentos nas áreas de cardiologia, psicologia, fonoaudiologia, nutrição, ultrassonografia, fisioterapia e a ostomizados, além da Sala da Mulher - com espaço para o serviço de pré-natal para gestantes de alto risco (ambulatorial) e teste do pezinho para recém nascidos - e a vigilância epidemiológica (VEP), que atua no controle e distribuição de vacinas e demandas de infectologia. Esses serviços foram transferidos do Centro de Saúde para o CIS.
Já pelo Centro Universitário de Adamantina (UniFAI), são realizados outros serviços ambulatoriais com a participação dos estudantes do curso de medicina e professores médicos, entre os quais, ortopedia, dermatologia, neurologia, cardiologia, pediatria, psiquiatria e pequenas cirurgias ambulatoriais (remoção de verrugas e biópsias, por exemplo), além de oftalmologia (a partir de 2020).
Como ficou o Centro de Saúde?
Com a transferência de diversos serviços para o CIS, foi possível reorganizar a estrutura do Centro de Saúde, onde permanece o serviço de atenção básica e a Estratégia de Saúde da Família (ESF) da Vila Cicma, além dos serviços de transporte (agendamento de ambulâncias), serviço social, farmácia, regulação, laboratórios e nutrição (atuando em processos de alimentação especial).
Ainda será possível transferir o setor de agendamento para o espaço do Centro de Saúde, o que eliminará o pagamento de aluguel do imóvel onde atualmente funciona o serviço.
Primeiras avaliações
Segundo o secretário municipal de saúde Gustavo Rufino, as primeiras avaliações do CIS - ao completar sua terceira semana de funcionamento - têm sido bastante positivas. "Temos colhido feedback dos pacientes, que tem se demonstrado satisfeitos com os serviços e o novo espaço", diz. Ainda de acordo com Gustavo, busca-se enfatizar o atendimento humanizado aos pacientes. "A equipe está sensibilizada e incorporou esse desafio", completa.
Vencidas as três semanas iniciais de funcionamento do CIS, a dinâmica de operação do espaço tem se comportado dentro do previsto. "Todo o fluxograma está funcionando como previsto. O que precisou ser realinhado, já fizemos, e eventuais falhas que possam surgir serão corrigidas" completa a enfermeira Rose Mantovani.
O público é atendido com hora marcada e recebido em uma recepção climatizada, com monitor de TV e monitor de senhas, onde cada paciente é chamado e encaminhado para a respectiva sala de atendimento.
O caminho
Com o prédio finalizado e a inviabilização da UPA por conta dos altos custos operacionais, o serviço nunca entrou em funcionamento, cenário que também se faz presente em diversas cidades brasileiras. Na região, prédios inicialmente previstos para se tornarem UPA estão parados, como ocorre em Osvaldo Cruz e Dracena.
A saída encontrada pelo próprio governo federal para dar nova destinação a esses espaços foi a edição do Decreto nº 9.380, de 22 de maio de 2018, seguido da Portaria nº 3.583, de 5 de novembro de 2018, ambos do Ministério da Saúde (MS). As medidas permitiram alterar a finalidade desses espaços.
Nesse desafio, Adamantina apresentou um projeto para criação de uma policlínica, o que foi consolidado em julho deste ano, quando a cidade recebeu em definitivo parecer favorável do Ministério da Saúde para a criação do CIS. Esse trabalho junto ao MS teve atuação parlamentar do deputado federal Enrico Misasi. "Foi um caminho longo, dada a complexidade do tema e a própria novidade decorrente dos recentes decreto e portaria do Ministério da Saúde", lembra Gustavo. "Montamos um processo volumoso, com muitas informações, e a participação de diversos colaboradores da Secretaria Municipal de Saúde e da prefeitura, como um todo", completa.
Readequação do espaço físico e investimentos
Com as obras concluídas e o prédio parado, houve deterioração. A recuperação das instalações envolveu o Poder Judiciário de Adamantina e a Secretaria da Administração Penitenciária, que atendendo pedido da prefeitura deslocaram reeducandos do Centro de Progressão Penitenciária para as obras e limpeza, tendo também a participação de servidores da Prefeitura de Adamantina. Essa etapa, segundo a Prefeitura, consumiu ainda cerca de R$ 80 mil, em materiais diversos.
Grande parte do mobiliário e alguns equipamentos já haviam sido adquiridos pela Prefeitura de Adamantina no ambiente do convênio com o Governo Federal, visando a implantação da UPA, e puderam ser aproveitados no CIS, dentro do projeto apresentado pelo município após a edição do decreto e portaria pelo MS.
Outros investimentos foram realizados pela UniFAI e Prefeitura, com previsão ainda de aquisição de novos equipamentos para ampliar a estrutura de serviços no CIS.