Um grupo de trabalhadores que atuam na obra de construção das 101 casas populares da CDHU em Flórida Paulista, entrou em contato com a reportagem do jornal e site Folha Regional na manhã do dia 4, para relatar os problemas e dificuldades que estão vivenciando junto à empreiteira responsável pela edificação do novo conjunto habitacional.
Segundo relatos dos trabalhadores, a situação está chegando a um ponto que se torna inviável continuar prestando serviços no local.
O floridense José Givaldo informou que está a quase três meses sem receber os vencimentos mensais, mesma situação vivida por Silvano Gomes da Silva que informou inclusive estar "passando apertado" com as contas em atraso e despesas com mercado, açougue e outros estabelecimentos, devido à falta de pagamento.
Durante a presença de nossa reportagem na obra, o maranhense Antônio Pablo informou que trabalha no local desde o mês de novembro de 2019 sem registro em carteira.
O empresário Cássio Rogato, responsável pela empresa "J. S." se queixou de que fez a construção de muros de arrimo no local e que continua trabalhando, porém, não recebe pelos serviços prestados desde o mês de dezembro. Ele relatou ainda que a empreiteira responsável não vem fornecendo os materiais básicos de construção, o que tem resultado em funcionários parados ou mesmo trabalhando de forma precária.
Por fim, o grupo relatou que os EPI’s (Equipamentos de Proteção Individual), não estariam sendo fornecidos pela empresa.
Nossa reportagem verificou durante a visita ao canteiro de obras, que as casas estão com mato alto e outros fatores propícios à aparição de animais peçonhentos.
Questionados sobre a falta de manutenção e capina do local, os trabalhadores informaram que "cobras e escorpiões são encontrados com frequência dentro das residências em construção".
Ainda segundo apurado pela nossa reportagem, apesar de estar sob responsabilidade da Leman Construções e Comércio S.A. com sede na capital paulista, a obra foi sub empreitada para outra empresa que atualmente está gerindo a construção das moradias.
Os profissionais destacaram que caso o problema persista, pretendem paralisar a prestação de serviços e procurar seus direitos junto a Justiça Trabalhista, o que afetaria de forma incalculável o andamento das obras que têm cronograma para serem entregues ainda neste ano.
Nossa reportagem tentou contato pessoal com os responsáveis pela gestão no canteiro de obras e inclusive fomos recepcionados por um profissional que se identificou como o mestre de obras, com o qual deixamos à disposição o contato telefônico e de e-mail para ouvir a versão destes e esclarecer os fatos, dando espaço e "voz" para que a mesma pontuasse sobre o assunto, porém, não obtivemos o retorno esperado até o momento da postagem desta matéria que só ocorreu passadas quase 20 horas do momento em que fomos a campo.
A reportagem continuará acompanhando a situação e segue aberta para retratar a versão da empresa.