Desde o início de maio, os moradores do Oeste Paulista puderam acompanhar significativas quedas nas temperaturas, com clima mais ameno e abaixo dos 30°C. Um estudo realizado pelo professor de agrometeorologia Alexandrius de Moraes Barbosa constatou que a temperatura média de maio ficou 2,8°C abaixo da normalidade na região de Presidente Prudente (SP).
Segundo Barbosa, durante os primeiros 20 dias do mês, a temperatura média foi de 18,8°C. Já a média histórica para maio é de 21,6°C. Se considerar as temperaturas mínimas registradas, a média para o mês está em 13,8°C, sendo que a normalidade é de 16,5°C.
De acordo com informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Rancharia (SP) foi a segunda cidade mais fria do Estado de São Paulo por quatro dias consecutivos, entre os dias 20 e 23 de maio, registrando temperaturas que variaram de 1,6°C a 4,4°C.
A causadora desta diminuição nas temperaturas, de acordo com Barbosa, foi uma massa de ar polar, que manteve o clima na casa dos 5°C por vários dias.
“Foi devido à entrada de uma massa de ar polar, que, além de derrubar as temperaturas, as manteve baixas por vários dias. Entradas de massa polar são comuns nesse período do ano. O fato que chamou atenção foi a intensidade dessa massa, em que as temperaturas ficaram próximas a 5°C. Apesar de incomum para a época do ano, no passado já foi registrada situação similar”, avaliou o professor.
As quedas na temperatura refletem diretamente no setor agropecuário. Barbosa reforçou a importante relação entre o desenvolvimento das plantas e a temperatura adequada, em que muitos vegetais não se desenvolvem de forma correta em climas mais gelados.
“O frio reduz consideravelmente o desenvolvimento das plantas, sendo que muitas plantas praticamente não se desenvolvem em temperaturas próximas a 10°C. Dentre essas plantas, destaca-se a pastagem, que é uma espécie muito exigente em temperatura alta, dessa maneira, as baixas temperaturas acabam reduzindo a produção de forragem, que impactam indiretamente no ganho de peso dos animais”, afirmou Barbosa.
O professor de agrometeorologia projeta que a massa de ar polar deve perder intensidade nos próximos dias, provocando um aumento nas temperaturas. E descarta o risco de geada para o mês de maio, afirmando que “as ondas de frio mais intensas costumam vir no fim de junho e no mês de julho”.