Uma operação desencadeada pela PolÃcia Civil, prendeu na manhã desta quinta-feira (19), 47 pessoas investigadas por envolvimento com o tráfico de drogas. Os 42 homens e as cinco mulheres foram presos nas cidades de Dracena, Junqueirópolis, Presidente Epitácio, Presidente Prudente e Santo Anastácio, no Estado de São Paulo, além de Bataguassu e Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
As prisões temporárias dos envolvidos, válidas pelo perÃodo de 30 dias, foram expedidas pelo Fórum da Comarca de Presidente Epitácio. Paralelamente, ainda houve cinco prisões em flagrante no transcorrer do trabalho nesta quinta-feira (19).
De acordo com o delegado Márcio Domingos Fiorese, as investigações tiveram inÃcio há sete meses e apontaram o envolvimento do grupo com facções criminosas. Os presos são investigados por envolvimento com os delitos de tráfico de drogas, associação ao tráfico e organização criminosa.
Além das prisões, os policiais também apreenderam 715,54 gramas de maconha, 11 porções de crack e 48 aparelhos celulares dos envolvidos.
O trabalho realizado nesta quinta-feira (19) recebeu o nome de Operação Dâmocles, em alusão à pessoa que se envolve com o poder sem ter noção do perigo que corre, segundo o delegado.
MilÃcia
As investigações tiveram inÃcio a partir das informações encontradas no telefone celular de uma pessoa presa em flagrante no ano passado por tráfico de drogas.
A PolÃcia Civil descobriu o envolvimento de presidiários que, mesmo dentro das penitenciárias, comandavam a organização criminosa voltada à obtenção de lucro com o tráfico de drogas. A comunicação entre os criminosos ocorria através de telefones celulares.
O que despertou a atenção dos policiais civis no inÃcio do trabalho foi a constatação de vÃnculo, para fins de comércio de drogas, de alguns jovens frequentadores de baladas noturnas em Presidente Epitácio, esbanjando padrão de vida incompatÃvel com a falta de renda lÃcita suficiente para tanto, com presidiários membros de facção criminosa, fato este corroborado com o aprofundamento das investigações pelo serviço de inteligência que evidenciou a existência do grupo em questão.
Chefiada e integrada por membros de facção criminosa, hierarquicamente estruturada e ordenada com a imposição de rÃgidas regras disciplinares próprias a serem seguidas por todos os integrantes, inclusive, pelos associados não "batizados", com destaque à cobrança de dÃvidas de drogas mediante violência fÃsica, a organização demonstrou altÃssima periculosidade, principalmente, por sua atuação tÃpica de milÃcia privada, representada pelo domÃnio de atuação territorial, segundo a PolÃcia Civil.
As investigações revelaram a demonstração de força da liderança da organização criminosa para garantir a exclusividade no comércio de drogas na cidade, a oferta de bairros na modalidade de "arrendamento" para a venda de entorpecentes e ainda um perigoso esquema de serviço de "segurança privada" à coletividade, com nÃtido intuito de afastar a presença do poder público na localidade e a cooptação de novos simpatizantes do crime organizado, além de propiciar um ciclo vicioso retratado pela prática de crimes patrimoniais pelos próprios inadimplentes da facção, como saÃda para quitar dÃvidas provenientes do repasse de entorpecentes destinados à revenda, conforme a PolÃcia Civil.
Os homens foram encaminhados ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Caiuá, enquanto as mulheres ficaram na Cadeia de Dracena, à disposição da Justiça.