OSVALDO CRUZ: Os impactos provocados pelos 10 dias de paralisação dos caminhoneiros

30/05/2018 17h33 Apesar de promover a mobilização do país inteiro em prol de melhorias, muitos setores foram fortemente prejudicados.
Redação: Marielli Galheira, Osvaldo Cruz - SP
OSVALDO CRUZ: Os impactos provocados pelos 10 dias de paralisação dos caminhoneiros .

Mesmo com manifestações em apoio aos caminhoneiros que estavam paralisados reivindicando melhores preços no óleo diesel, a população do país sofre grandes impactos na economia e vive uma instabilidade muito grande na distribuição de produtos alimentícios, combustíveis e material para os serviços essenciais.

Ainda é impossível contabilizar as perdas de um modo geral, porém os dados apresentados pelos especialistas em economia do país não são nada animadores.

Como o movimento mobilizou o Brasil inteiro, em Osvaldo Cruz não foi diferente. Por ser conhecida como a "Capital do Bitrem Graneleiro", a cidade organizou três carreatas e os caminhoneiros protestaram nas rodovias e vicinais, impedindo que os de veículos de carga chegassem ao seu destino.

No início da paralisação, os manifestantes tiveram um grande apoio popular, porém com o passar dos dias, a falta de produtos perecíveis nos supermercados e a escassez de combustíveis nos postos, aumentou a procura e diminuiu a oferta.

A partir daí a movimentação foi grande. Filas com mais de 500 m nos postos para abastecimento dos veículos, supermercados lotados com pessoas comprando alimentos para estocar, além de esgotar os estoques de gás e água mineral da cidade toda.

Mais procura, menos oferta

Quem sofreu maior impacto com esses 10 dias de paralisação foi o setor alimentício, que envolve desde os agricultores e produtores rurais até o abastecimento dos supermercados e indústrias.

Em contato com a empresa Aqua Vitta - Ultragás, que comercializa gás e água mineral na cidade de Osvaldo Cruz, os estoques já haviam esgotado. "Nossa água e gás acabaram essa semana. Estamos aguardando chegar a carga e com a liberação das rodovias acreditamos que amanhã já estaremos reabastecidos", informou Bruno, funcionário da empresa.

Em uma das granjas produtora de ovos em Osvaldo Cruz, a Granja Galheira, os estoques de ovos estavam até o teto. Segundo informações dos proprietários, se a paralisação continuasse mais uma semana teriam que doar ou descartar a produção pois se tratava de um produto perecível.

"Não temos mais onde colocar nossa produção. Temos que despachar logo antes que estrague. Também estamos com receio de faltar alimento para as aves, pois temos um estoque de produto para fabricar a ração, mas com os bloqueios não recebemos mais nada", explicou o administrador da granja, Carlos Alberto Galheira.

Serviços municipais afetados

Em entrevista para a equipe de jornalismo do Portal FM Metrópole, o prefeito de Osvaldo Cruz, Edmar Mazucato, explicou que mesmo em apoio a toda a mobilização que os caminhoneiros tiveram no país, não dá para esconder as questões logísticas do abastecimento municipal.

"Os setores municipais mais afetados foram o almoxarifado e a educação. Paramos de transportar os alunos tanto municipais quanto estaduais por falta de combustível, além de alguns serviços de manutenção da cidade que também ficaram prejudicados", destacou o prefeito.

Ele também informa que no setor de educação, a alimentação dos alunos também foi prejudicada, por isso resolveram suspender as aulas e deixar funcionando apenas as creches. “Não podemos parar as creches pois os pais não têm onde deixar essas crianças. Sobre as aulas perdidas, iremos agendar uma data para reposição sem que os alunos se prejudiquem”, finalizou.

O setor de saúde e demais departamentos municipais não tiveram grandes perdas.

Correios

O Brasil parou e consequentemente a empresa dos Correios também. Todas as modalidades de serviço internacional, Sedex, PAC, malote, carta, FAC, impresso, mala direta, Correios Entrega Direta, Remessas Econômica/Expressa, Telegrama Nacional e Carta Nacional foram impossibilitados de chegar ao seu destino.

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