O governo do Estado rebaixou na tarde desta sexta-feira (19) toda a área de abrangência do Departamento Regional de Saúde (DRS) de Presidente Prudente da etapa amarela para a fase vermelha, a mais restritiva, do Plano São Paulo. Com isso, passam a ter permissão para funcionar apenas as atividades consideradas essenciais. Os serviços classificados como não essenciais, entre os quais está incluído o comércio, não podem abrir as portas. Já o DRS de Marília, que também abrange parte do Oeste Paulista, foi mantido na fase laranja.
"Estamos em um momento de inflexão. Tivemos uma melhora muito significativa nas últimas semanas. E, agora, o que nós vemos é que duas regiões continuaram a melhorar bastante e tivemos uma piora em duas regiões também. A região de Barretos e a região de Presidente Prudente tiveram uma piora na ocupação de leitos", afirmou a secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Patricia Ellen da Silva, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, a sede do governo paulista.
"A região de Presidente Prudente e a região de Barretos passando para fase vermelha, com essa regressão necessária devido ao momento de atenção que nós temos em toda essa região do interior", ressaltou.
Ainda segundo a secretária, "é importante a colaboração da população".
Ela também anunciou uma mudança nas restrições do Plano São Paulo.
"Através do diálogo constante com setores, nós vimos que um protocolo que foi revisado neste momento, com a devida segurança, o consumo de bebida alcoólica em ambiente de restaurantes, que antes estava proibido após as 20h, pode ser realizado até as 22h com todos os protocolos, mesas com até seis pessoas, fechamento até 22h, serviço sentado e respeitando a capacidade de 40%. Esse modelo está sendo revisado para restaurantes, lojas de conveniência, com a permissão da venda e do consumo até 22h na região em fase amarela. E a restrição de consumo de bebida alcoólica continua valendo nas fases vermelha e laranja porque o funcionamento dos restaurantes é permitido somente até as 20h na fase laranja e não é permitido na fase vermelha", salientou.
O secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, afirmou que o momento é de atenção na região de Presidente Prudente.
"A região de Prudente com uma rápida ocupação de leitos ao longo desses últimos dias, momento de atenção. Nós também estamos colocando mais leitos na região, mas as lideranças, os gestores da região, devem agir com responsabilidade aumentando o isolamento social neste momento em que a gente passa", disse Vinholi.
"A região de Marília [está] dentro da fase adequada para ficar na fase laranja, mas a gente observa um leve crescimento [na evolução da epidemia] que a região deve também se adequar a isso e mobilizar a população para que faça o isolamento social", complementou o secretário.
O secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, justificou que as fases mais restritivas têm o objetivo de diminuir a circulação de pessoas e, consequentemente, do vírus e o número de doentes nas regiões afetadas.
"Estamos na sétima semana epidemiológica do ano de 2021 e continuamos em quarentena. Através do Plano São Paulo, estamos controlando em grande parte das regiões do Estado a nossa pandemia. Porém, algumas das regiões ainda são merecedoras de fases muito mais restritivas, especialmente porque diminuir a circulação de pessoas é também diminuir com elas a circulação do vírus e diminuir os doentes, que vão impactar no sistema de saúde que já está bastante comprometido em grande parte dessas regiões", salientou Gorinchteyn.
O governador do Estado de São Paulo, João Doria Junior (PSDB), afirmou que as regras da nova reclassificação, o que inclui o rebaixamento da região de Presidente Prudente para a fase vermelha, entrarão em vigor a partir da próxima segunda-feira (22).
"A reclassificação do Plano São Paulo apresentada pela Patrícia Ellen e pelo Marco Vinholi começa a valer a partir de segunda-feira, 22 de fevereiro. Assim, todos terão possibilidade de se prepararem, se organizarem com vista a essa reclassificação que foi anunciada agora. E lembro, também, que outras reclassificações poderão ocorrer na próxima semana, sempre com objetivo de atender com mais precisão e rapidez, seja para evoluir ou regredir. Nós não vamos aguardar dez dias ou a quinzena, faremos isso, sobretudo em respeito à saúde, à ciência e à vida, o mais rápido possível, seja para avançar, seja para regredir. Esperando que possamos avançar e ter menos casos, menos ocupação de leitos nos hospitais e, obviamente, menos óbitos também", salientou o governador.
Os 56 municípios do Oeste Paulista estão divididos entre os Departamentos Regionais de Saúde de Marília e de Presidente Prudente.
Ao Departamento Regional de Saúde de Presidente Prudente pertencem as seguintes cidades do Oeste Paulista, que caíram da etapa amarela para a fase vermelha:
- Alfredo Marcondes
- Álvares Machado
- Anhumas
- Caiabu
- Caiuá
- Dracena
- Emilianópolis
- Estrela do Norte
- Euclides da Cunha Paulista
- Flora Rica
- Iepê
- Indiana
- Irapuru
- João Ramalho
- Junqueirópolis
- Marabá Paulista
- Martinópolis
- Mirante do Paranapanema
- Monte Castelo
- Nantes
- Narandiba
- Nova Guataporanga
- Ouro Verde
- Panorama
- Paulicéia
- Piquerobi
- Pirapozinho
- Presidente Bernardes
- Presidente Epitácio
- Presidente Prudente
- Presidente Venceslau
- Rancharia
- Regente Feijó
- Ribeirão dos Índios
- Rosana
- Sandovalina
- Santa Mercedes
- Santo Anastácio
- Santo Expedito
- São João do Pau d'Alho
- Taciba
- Tarabai
- Teodoro Sampaio
- Tupi Paulista
Já as cidades do Oeste Paulista que pertencem ao DRS de Marília e que continuaram na fase laranja são:
- Adamantina
- Flórida Paulista
- Inúbia Paulista
- Lucélia
- Mariápolis
- Osvaldo Cruz
- Pacaembu
- Parapuã
- Pracinha
- Rinópolis
- Sagres
- Salmourão
Quando começaram as atualizações do Plano São Paulo, em 27 de maio de 2020, os 44 municípios do Oeste Paulista vinculados ao DRS de Presidente Prudente estavam classificados na fase amarela. Depois, em 10 de junho, regrediram para a fase vermelha, na qual permaneceram até 10 de julho, quando subiram para a etapa laranja. Esta região continuou estagnada, sem evolução ou decréscimo, na fase laranja, até conseguir passar para a etapa amarela no dia 4 de setembro. Em 22 de dezembro, o DRS de Presidente Prudente recuou para a fase vermelha, a mais restritiva do Plano São Paulo. No dia 8 de janeiro de 2021, na primeira atualização do Plano São Paulo neste ano, o DRS de Presidente Prudente evoluiu para a fase laranja, etapa em que foi mantido em 15 de janeiro. No entanto, no dia 22 de janeiro, houve o regresso para a fase vermelha. A mesma região teve evoluções em duas semanas consecutivas: em 29 de janeiro, foi para a fase laranja, enquanto em 5 de fevereiro subiu para a etapa amarela. Nesta sexta-feira (19), houve o regresso para a etapa vermelha.
Já os 12 municípios do Oeste Paulista atrelados ao DRS de Marília começaram, em 27 de maio do ano passado, na fase laranja. Em 19 de junho, decaíram para a fase vermelha. Em 10 de julho, subiram para a fase laranja, na qual ficaram até a atualização feita em 7 de agosto, quando evoluíram pela primeira vez para a etapa amarela. No dia 21 de agosto, voltaram a regredir para a fase laranja, na qual permaneceram até o dia 4 de setembro, quando retornaram para a etapa amarela. Na atualização do Plano São Paulo feita em 22 de dezembro, o governo do Estado manteve o DRS de Marília na fase amarela. No dia 8 de janeiro, houve o recuo para a etapa laranja e, uma semana depois, mais um regresso, para a fase vermelha, que foi mantida no dia 22 de janeiro e uma semana depois. No dia 5 de fevereiro, houve o avanço para a fase laranja, que foi mantida nesta sexta-feira (19).
Diferenças entre regiões
O território do Estado de São Paulo está dividido em 17 Departamentos Regionais de Saúde.
A piora nos índices de avanço do novo coronavírus no interior deixa as áreas de Araraquara, Barretos, Bauru e Presidente Prudente na fase vermelha, com restrição total de comércios e serviços não essenciais. Houve melhora nas regiões de Franca, que avança para a etapa laranja, e Sorocaba, que progride para a fase amarela.
As demais regiões permanecem sem alteração em relação à classificação atual, em vigor desde o último dia 6. Continuam na fase amarela a Grande São Paulo e as áreas de Araçatuba, Baixada Santista, Campinas e Registro. Na laranja, estão as regiões de Marília, Piracicaba, Ribeirão Preto, São João da Boa Vista, São José do Rio Preto e Taubaté.
Todas as regiões em fase vermelha estão com ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para pacientes de Covid-19 acima de 80%. Na etapa de restrição máxima, só há funcionamento normal de farmácias, mercados, padarias, lojas de conveniência, bancas de jornal, postos de combustíveis, lavanderias e hotelaria. Já os comércios e serviços não essenciais só podem atender em esquema de retirada na porta, drive-thru e entregas por telefone ou aplicativos.
Municípios em áreas de fase amarela podem permitir 40% de ocupação em academias, salões de beleza, restaurantes, cinemas, teatros, shoppings, concessionárias, escritórios e parques estaduais, com expediente de até dez horas diárias para restaurantes e 12 horas para as demais atividades. O atendimento presencial deve ser encerrado às 22h em todos os setores. Nos bares, as portas fecham mais cedo, às 20h. Eventos que geram aglomeração, como festas, baladas e shows continuam proibidos.
Na etapa laranja, o funcionamento dos serviços não essenciais é limitado a até oito horas diárias, com atendimento presencial máximo de 40% da capacidade e encerramento às 20h. O consumo local em bares está totalmente proibido.
Com a reclassificação desta sexta-feira (19), a venda de bebidas alcoólicas na fase amarela em lojas de conveniência e restaurantes passa a ser permitida por mais duas horas, das 6h às 22h. Nas etapas laranja e vermelha, permanece o limite entre 6h e 20h. Somente a partir da fase verde, a mais branda, é que essa comercialização poderá voltar a ser feita sem as restrições atuais.
O Estado alerta que todos os protocolos sanitários e de segurança para os setores econômicos devem ser cumpridos com rigor, e que as prefeituras que se recusam a seguir as normas estabelecidas pelo governo paulista ficam sujeitas a sanções judiciais.
O resumo com as informações sobre a reclassificação do Plano São Paulo e os indicadores epidemiológicos e de capacidade hospitalar de cada região estão disponíveis no link.