Dentro de todo o Estado de São Paulo, o setor de serviços, em termos empregatícios, foi o que teve o pior desempenho no mês de maio, ao revelar um saldo de -51.332 postos de trabalho. É o que apontam os dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados recentemente pelo Ministério da Economia. O cadastro não emite mais a performance de cada município, contudo, o gerente regional do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), José Carlos Cavalcante, afirma que a situação em Presidente Prudente não está longe disso. O cenário é reflexo da pandemia do novo coronavírus, que força o fechamento de estabelecimentos comerciais.
E nesse cenário, todos os setores foram afetados de alguma forma, ainda de acordo com o gerente regional. Entretanto, ele cita que as empresas que trabalham com estética e beleza sofrem mais. "E nisso, todos precisam caminhar conforme o faturamento atual. As empresas se veem na obrigação de reduzir recursos humanos", lamenta.
Em alguns casos, "muitas empresas" resolveram e conseguiram fazer o acordo de suspensão contratual, segundo Cavalcante, a fim de evitar que as demissões fossem a primeira opção, além de apostar num futuro melhor. "Outras acharam melhor demitir, com medo de não ter verba para fazer a rescisão, caso o isolamento permaneça restrito por mais tempo", explica.
Mas, para o gerente, o mês de abril "definitivamente" foi a pior situação do ano, acompanhando o país todo. Ele não deixa de mencionar que em maio as atividades ainda ficaram muito paradas, sendo assim, a situação não foi boa, mesmo não superando abril.
Quais são as orientações?
"O empresário tem que pensar nos próximos 90 dias e 180 dias. O que ele pretende fazer? E como ele vai reagir com os negócios até o final do ano? E isso é verificado diante das demandas que está tendo ou não. Para equilibrar o caixa precisa de vendas", pontua Cavalcante. Mas em alguns casos, principalmente se for um comércio menor, é mais difícil ter um capital de giro que aguente tanto tempo parado.
À reportagem, o gerente lembra que uma das saídas é oferecer um voucher de serviço, para que o trabalho seja feito posteriormente, quando as coisas estiverem melhores. "Mas é complicado quando aquele serviço não é essencial", afirma. Em um exemplo até pessoal, ele cita que antes levava o carro no lava-jato a cada 20 dias. Contudo, pausar essa rotina foi uma maneira de, além de conter gastos, evitar de ter contato com outras pessoas e, assim, ter mais chances de possivelmente estar exposto ao vírus.
"O Sebrae recomenda que, mesmo com esse cenário, a demissão seja a última alternativa. Até porque isso significa perder uma mão de obra especializada. E quando se restabelecer, o prestador de serviço pode ir para um concorrente ou montar o seu próprio negócio", orienta Cavalcante.
Desta forma, antes disso, ele cita que o empreendedor pode tentar ajustar o fluxo de caixa, verificar a possibilidade de recuperar o faturamento, mediante outros canais de venda (meio digital, por exemplo) e fazer um trabalho de relacionamento com os cliente antigos, além de pensar em outras formas de encontrar novos.
APP de ajuda
O Sebrae disponibiliza um aplicativo que ajuda o prestador de serviços: o Help. Qualquer empreendedor pode entrar nele gratuitamente e pode ser encontrado. Além disso, o Sebrae regional de Presidente Prudente tem um WhatsApp disponível, para quem queira agendar uma consultoria: 99185-3037.