Será que as águas do rio Aguapeí e de seus afluentes estão em boa qualidade na região? A resposta para essa pergunta moveu os pesquisadores Prof. Dr. Alexandre Teixeira de Souza, docente do Centro Universitário de Adamantina (UniFAI), e Denilson Burkert, representante da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) Polo Regional de Adamantina, em uma pesquisa que resultou numa publicação científica que permite dar direcionamento aos agentes públicos quanto às ações de preservação do ecossistema local e de desenvolvimento sustentável.
“A pesquisa se deu a partir da aprovação de um projeto submetido pela UniFAI ao Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Aguapeí e Peixe [CBH-AP]. A partir de então, a proposta foi aprovada pela entidade e a UniFAI pôde dar início ao desenvolvimento. A proposta levou em consideração os cursos e a estrutura da UniFAI e a necessidade de se gerar informações ao comitê de bacias de forma a contribuir com o gerenciamento dos recursos hídricos nessas bacias”, explicaram os pesquisadores.
Segundo os autores, o rio Aguapeí e seus afluentes têm água em condições aceitáveis, mas ela sofre com a poluição difusa, proveniente de pontos de condições inadequadas, que pode ameaçar sua qualidade e a proteção à vida aquática. Eles sugerem fazer novos levantamentos em uma região mais ampla, para avaliar a evolução dos impactos das atividades econômicas sobre a qualidade das águas.
“O projeto foi elaborado em colaboração, por nós dois, mas coordenado pelo Prof. Dr. Alexandre Teixeira de Souza e teve o envolvimento de funcionários, professores e diversos alunos. A partir do seu início eu fiquei responsável pelas saídas de campo, onde eram obtidas as amostras, e o Prof. Alexandre era responsável pela orientação dos alunos em laboratório e pelo acompanhamento dos resultados”, contou Denilson Burkert. Ele ainda ressalta que “o projeto foi desenvolvido com a colaboração de professores e técnicos da UniFAI, mas a participação de alunos dos cursos de Engenharia Ambiental, Engenharia de Alimentos e Ciências Biológicas da Instituição foi fundamental para o seu desenvolvimento. Dessa maneira, o projeto, além de contribuir com a geração de informações foi importante para que os alunos pudessem ter contato com atividades de pesquisa”.
Recentemente a publicação foi transformada em e-book (livro eletrônico), também em trabalho de colaboração entre os pesquisadores, e pode ser acessada por todos os interessados no assunto (acesse aqui). “O projeto foi desenvolvido no período 2014-2015 em parceria da UniFAI com a APTA, com fomento do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro) através do Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Aguapeí e Peixe, mas só agora o trabalho foi publicado na forma de e-book. A cooperação das instituições (incluindo a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo) se deu em prol de um bem regional comum: a água”, destacou o coordenador de Comunicação Científica da UniFAI, Prof. Dr. Paulo Boschcov.
Mas, o que se pretende com esse material? “Primeiramente, a prestação de um serviço público pela UniFAI, tornando esses resultados acessíveis ao público e, também, a demonstração da capacidade da Instituição em desenvolver projetos de pesquisa como esse”, responderam os pesquisadores, ao emendar que “o projeto foi importante porque pode demonstrar a qualidade da água em afluentes e no próprio rio Aguapeí de forma que os tomadores de decisão (Estado, municípios e o comitê de bacias) possam ter um melhor embasamento para planejar o seu desenvolvimento e investir recursos de forma mais precisa e eficiente. Com isso, garantindo a manutenção da qualidade de água onde é considerada adequada e melhorando onde ela não esteja tão boa assim”.
“Penso que este estudo abre um horizonte para o desenvolvimento de projetos mais amplos na UniFAI, pois não é possível qualquer ação de gestão governamental sem conhecer a qualidade daquilo que se quer gerir. Aspectos tais como desenvolvimento regional, crescimento populacional e modificação dos perfis industrial e agropecuário da região mudam continuamente, podendo causar alteração substancial na qualidade dessas águas. Para evitar isso, é necessário não só continuar com as pesquisas, mas também aumentar sua frequência e diminuir a distância entre os pontos de coleta”, salientou o Prof. Dr. Paulo Boschcov.
“A divulgação dessa obra contribui para as necessárias ações de pesquisa acadêmica e educação ambiental em prol da qualidade de vida das pessoas na região da Alta Paulista”, concluiu o coordenador de Comunicação Científica da UniFAI.