O procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Gianpaolo Poggio Smanio, defendeu nesta sexta-feira (9) que o reforço policial enviado à região de Presidente Prudente em meio à suspeita de planos de fuga de chefes do crime organizado que cumprem pena no presídio de Presidente Venceslau, permaneçam no Oeste Paulista durante "o tempo que for necessário".
Desde 10 de outubro, cerca de 200 policiais militares da Rota - grupo de elite da corporação - foram enviados para a região para reforçar a segurança em penitenciárias.
"É a medida adequada [o reforço], hoje. Até quando permanecerá [na região] dependerá da situação. Fica até quando for necessário", disse o chefe do Ministério Público paulista, antes de participar de uma reunião com promotores da região, que teve objetivo de debater o trabalho da Promotoria no Oeste Paulista.
O procurador não defendeu, em Presidente Prudente, a remoção dos integrantes identificados como chefes de uma facção criminosa que age dentro e fora dos presídios paulistas para presídios federais.
Ele disse que, atualmente, "a chefia do crime organizado já tem um tratamento adequado" dado pelo governo paulista.
"É importante tranquilizar a população e mostrar que estamos prontos para enfrentar [o crime organizado]," disse Gianpaolo.
O procurador comentou ainda que o fato de integrantes da facção criminosa se comunicarem via celular com outras pessoas fora dos presídios, não é por si só suficiente para pedir a transferência para outras unidades prisionais, com regras mais rígidas, já que a comunicação feita por telefone não é a única forma que os presos encontram para falar com gente fora dos presídios.
"Existem várias maneiras [de os presos se comunicarem]. Temos, por exemplo, as visitas”, afirmou, acrescentando que o Ministério Público apoia alterações na lei de execução penal “para fazer as mudanças necessárias e transformar os regimes de cumprimento de penas mais adequados", evitando a comunicação de quem está preso com pessoas fora das unidades prisionais.
"As mudanças são necessárias para atuar de forma mais efetiva na fiscalização e controlar melhor o crime organizado", defendeu o procurador.
Aeroporto segue fechado
A Justiça de Presidente Venceslau prorrogou até o dia 26 de novembro o fechamento do Aeroporto Municipal.
Esta é a terceira interdição determinada pela Justiça com objetivo de impedir o acesso ao local, que poderia ser utilizado por uma facção criminosa para tentar resgatar presos da Penitenciária 2 da cidade.
A primeira interdição ocorreu dia 10 de outubro. Posteriormente, a Justiça prorrogou por mais dez dias, e agora, até o próximo dia 26.