A Secretaria Municipal de Saúde de Presidente Prudente (SP) confirmou, nesta segunda-feira (2), o registro do primeiro caso suspeito de coronavírus na cidade. Contudo, o caso ainda não foi considerado suspeito pelo Ministério da Saúde.
Trata-se de uma mulher de 21 anos que, em São Paulo (SP), durante o Carnaval, teve contato com uma prima que veio do Japão, também com a suspeita da doença.
O material colhido para análise foi encaminhado para o Instituto Adolfo Lutz (IAL), em São Paulo, e o resultado ainda está sendo aguardado.
"Os sintomas do coronavírus são parecidos com os de uma gripe e, como temos que respeitar os protocolos, foi colhido o material da paciente no mesmo dia em que ela se apresentou no hospital", explicou o secretário municipal de Saúde, Valmir da Silva Pinto.
"Tivemos a informação de que essa pessoa, no Carnaval, teve contato com uma outra pessoa que esteve no Japão. Em função disso, tomamos as medidas necessárias. O resultado deve sair ainda essa semana", disse o secretário.
Ainda conforme informações de Valmir da Silva Pinto, a paciente não precisou ficar internada. Ela está em isolamento social em sua casa, junto aos familiares, e permanece sendo monitorada.
"Não houve agravamento ou absolutamente nada que pudesse justificar uma internação ou isolamento hospitalar da paciente. Ela foi atendida, em um primeiro momento, em hospital particular e chegou ao local com sintomas de gripe, coriza, dor de garganta", acrescentou.
Ao G1, a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo declarou que "informará tão logo tenha a confirmação/ou não do caso suspeito".
Comunicado oficial
A Vigilância Epidemiológica Municipal (VEM) comunicou nesta segunda-feira (2) que há um caso suspeito de coronavírus, o Covid-19, em Presidente Prudente, já enviado ao Ministério da Saúde. Amostras foram colhidas e enviadas ao Instituto Adolfo Lutz, na madrugada de sábado (29), uma vez que cabe ao órgão a análise para confirmar ou descartar o caso.
A jovem, de 21 anos, deu entrada por volta das 18h de sexta-feira (28) em um hospital da cidade apresentando sintomas respiratórios e relatando contato em São Paulo, no feriado de Carnaval, com uma prima com histórico de viagem recente ao Japão.
"A paciente prudentina está bem, com sinais brandos", informou a VEM.
Segundo a vigilância, a jovem é monitorada, inclusive, com orientação de permanecer por 19 dias em isolamento social domiciliar. À família foi dada toda orientação de como proceder diante da suspeita, bem como informada de que, caso mais alguém apresente sinais e sintomas da doença, como febre e algum sintoma respiratório, procure por assistência médica.
"Foram adotadas medidas preventivas para transmissão por gotículas, etiqueta respiratória, isolamento social, coleta de amostras para exames específicos que serão processadas no IAL Central, em São Paulo, seguindo protocolo do Ministério da Saúde conforme preconizado pela OMS [Organização Mundial da Saúde]", pontuou Elaine Bertacco, supervisora da VEM.
A Vigilância Epidemiológica recomenda cautela sobre quaisquer informações que não sejam oficiais, uma vez que a investigação não está concluída.
"Prestaremos todo o suporte necessário"
A supervisora da Vigilância Epidemiológica Municipal, Elaine Bertacco, informou ao G1 que o Ministério da Saúde já foi notificado do caso suspeito de coronavírus registrado em Presidente Prudente.
Trata-se de uma mulher de 21 anos que, em São Paulo, durante o Carnaval, teve contato com uma prima que veio do Japão, também com a suspeita da doença.
"A paciente mora em São Paulo e é estudante universitária em Presidente Prudente. Viajou com a prima, que esteve no Japão no dia 5 de fevereiro, para Ilhabela [SP] no Carnaval. Depois, a prima retornou para Assis [SP], onde mora, e ela veio para Presidente Prudente. A prima também passou por atendimento médico em Assis", contou a supervisora.
Já em Presidente Prudente, a jovem começou a sentir calafrios e sintomas respiratórios, o que a fez procurar um hospital.
Com ela, conforme Elaine, foi feita a coleta de amostras e depois ela foi mantida em isolamento social, em casa, com os pais. Ela usa máscara de prevenção, mas os familiares, não.
O período de transmissibilidade, de acordo com a supervisora, é de 14 dias. A paciente tem sido monitorada pela Vigilância Epidemiológica.
"O caso é uma situação de emergência na saúde pública municipal, de importância nacional. Estamos direcionando todos os procedimentos necessários, no entanto, não se sabe muito sobre a doença, é tudo muito novo. Mas prestaremos todo o suporte necessário, em todas as situações", explicou Elaine.
A supervisora ainda disse que a vacina contra a influenza, um outro tipo de gripe, não previne, mas auxilia no descarte de suspeita do coronavírus.