Dracena aplica 80 doses vencidas de vacina contra a Covid-19; Prefeitura alega falha no estoque

23/04/2021 08h10 Imunizante fabricado pela Oxford-AstraZeneca de sete frascos foi administrado em 80 pessoas nos dias 14 e 15 de abril. Secretaria de Saúde informou que monitora os vacinados por 30 dias, mas não há motivo para pânico.
Por G1, Dracena - SP
Dracena aplica 80 doses vencidas de vacina contra a Covid-19; Prefeitura alega falha no estoque Imagem de frasco da vacina da AstraZeneca contra a Covid-19. (Foto: Divulgação / Fiocruz)

A Secretaria Municipal de Saúde de Dracena (SP) informou nesta quinta-feira (22) que 80 doses do lote 4120Z001 da vacina contra Covid-19, fabricada pela Oxford-AstraZeneca, aplicadas no município nos dias 14 e 15 de abril, estavam com a data de validade vencida. Ao todos, 80 pessoas receberam o imunizante que estava em sete frascos.

“Houve uma falha na gestão do estoque dessas vacinas. As vacinas que chegaram depois foram aplicadas primeiro e sete frascos ficaram para trás e aconteceu essa pequena falha. Falhas semelhantes não acontecerão. A nossa equipe já está ciente, já foi notificada do problema e vai zelar para que não aconteça novamente”, declarou o prefeito André Kozan Lemos (Patriota) em pronunciamento nas redes sociais.

A Secretaria de Saúde informou que as pessoas que receberam essas doses serão monitoradas por 30 dias, a partir da data de aplicação, e não há motivo para entrarem em pânico.

A pasta esclareceu que essas pessoas deverão aguardar em suas residências a visita de equipe da Saúde municipal para orientação.

Segundo a Prefeitura, a situação já foi comunicada ao Grupo de Vigilância Epidemiológica (GVE), de Presidente Venceslau (SP), e o procedimento foi considerado "inadequado". "Sendo assim, aguarda por mais orientações da Divisão de Imunização da Secretaria Estadual de Saúde", esclareceu em comunicado.

O G1 questionou a Prefeitura se a Secretaria Municipal de Saúde não viu que as doses estavam vencidas antes da aplicação, qual era a data de validade dessas 80 doses e quando o município recebeu essas doses, mas a pasta informou que as informações que possuía constavam no comunicado oficial.

A administração municipal ressaltou que a campanha de vacinação vem sendo desenvolvida na cidade com todo o cuidado, desde o mês de janeiro, para evitar os mais diferentes problemas.

Ainda de acordo com a Prefeitura, a população que está sendo beneficiada com a vacina deve ir recebê-la sem receio, porque é com os imunizantes que a luta contra a pandemia poderá ser vencida.

“Salienta que todos os lotes utilizados encontram-se com a data de validade correta, portanto se é a sua idade contemplada, vá até o posto receber a vacina”, concluiu o Poder Executivo em comunicado oficial.

Anvisa

Em nota, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que a distribuição da vacinas e sua logística não é competência da Anvisa. Este é uma responsabilidade do PNI.

"Em relação à validade, as condições de conservação, armazenamento e prazo de validade aprovados para cada vacina são baseados nos estudos de estabilidade e devem ser seguidos para garantir a qualidade de vacinas e medicamentos", explicou a Anvisa.

A agência também esclareceu que a investigação local e monitoramento de pacientes é responsabilidade da Vigilância Sanitária local do município.

Estado

Sobre o caso, a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo enviou a seguinte nota à TV Fronteira:

"Cabe ao município monitorar e prestar assistência aos pacientes, se necessário, e sobretudo zelar pela verificação da dose antes de aplicá-la, conferindo lote e demais detalhes que devem ser cadastrados e registrados na carteira de vacinação do cidadão. O Estado é responsável por distribuir as doses e compartilhar com os municípios as diretrizes do PNI (Programa Nacional de Imunizações) e do PEI (Plano Estadual de Imunização) contra Covid-19 de SP, que estabelecem os critérios de aplicação das vacinas, bem como os procedimentos em eventual erro de administração ou inconformidade do imunizante. Nestas situações, a falha deve ser reportada na plataforma VaciVida para que a Vigilância Epidemiológica proceda com a análise e orientações".

A TV Fronteira também solicitou um posicionamento sobre o caso para o Ministério da Saúde , mas até o momento não obteve resposta.

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