A Prefeitura de Dracena (SP) informou nesta terça-feira (23) mais três mortes provocadas pela Covid-19 na cidade. Segundo o Poder Executivo, os pacientes morreram no Centro Municipal de Atendimento à Covid-19 (Cemac), onde estavam aguardando vagas de internação hospitalar.
Com os novos registros, a cidade, que está em colapso na saúde por conta da pandemia do novo coronavírus, chega aos 60 óbitos causados pela doença.
Um homem, de 49 anos, foi a 58ª vítima fatal da Covid-19. Ele era portador de Doença Vascular Periférica (DVP) e havia dado entrada no Cemac no dia 17 de fevereiro, onde recebeu atendimento e permaneceu aguardando vaga para internação até o dia 19 de fevereiro, quando faleceu.
O 59º óbito causado pelo novo coronavírus foi de uma mulher, de 30 anos, que também aguardava vaga de internação no Cemac. A paciente deu entrada na unidade no dia 18 de fevereiro, recebeu atendimento e permaneceu aguardando vaga até o dia 21 de fevereiro, data em que morreu à espera de leito hospitalar.
Uma mulher, de 89 anos, foi a 60ª vítima fatal da Covid-19 em Dracena. Ela era hipertensa e foi diagnosticada com Alzheimer. A paciente deu entrada no Cemac no dia 21 de fevereiro, foi atendida e aguardava uma vaga de internação, mas não resistiu e faleceu no dia 22 de fevereiro.
De acordo com o mais recente boletim epidemiológico divulgado pela Prefeitura, nesta segunda-feira (22), Dracena contabiliza 2.931 casos positivos da Covid- 19 e 58 notificações suspeitas.
O G1 solicitou o posicionamento da Prefeitura de Dracena sobre os procedimentos adotados para tentar providenciar vagas de internação hospitalar para esses pacientes. O Poder Executivo respondeu por meio da seguinte nota:
“Todos os pacientes são cadastrados no sistema Cross [Central de Regulação de Oferta de Serviço Saúde], assim que abre vaga, nós nos encarregamos da transferência. O problema é que alguns pacientes evoluem muito mal e muito rápido, muitas vezes não têm condição de transferir sem estabilizar”.
O G1 também solicitou o posicionamento oficial Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo sobre os procedimentos adotados pelo órgão para tentar providenciar vagas de internação hospitalar para esses pacientes, mas até o momento não obteve resposta.
Colapso
No dia 17 de fevereiro, o prefeito de Dracena, André Kozan Lemos (PATRIOTA), afirmou ao G1 que a cidade entrou em colapso.
Um decreto municipal foi elaborado com novas restrições impostas para tentar controlar a situação da pandemia no município, inclusive com a adoção de toque de recolher e lockdown aos fins de semana.
As visitas a detentos na penitenciária da cidade também foram suspensas.