Lucélia registrou recentemente 7 casos ativos da variante Delta, em moradores locais. Os detalhes sobre essas ocorrências foram apresentados nesta terça-feira (26) pela enfermeira Márcia Regina Vudovix, responsável técnica do Centro de Saúde Lucélia, em uma entrevista ao Jornal do Meio Dia, pela Life FM, de Adamantina.
Ela contou que o município estava vivenciando até o final de agosto um período de baixa incidência de casos da Covid-19, mas o cenário local teve uma mudança significativa depois do feriado de 7 de setembro, muito em razão das circunstâncias decorrentes de aglomerações e visitas de familiares.
Foi esse contexto que permitiu mapear o núcleo da variante Delta na cidade. Segundo Márcia, no período do feriado houve uma reunião de família, na cidade, com cerca de 30 pessoas. ”Algumas vieram de são Paulo e a partir daí se deu essa contaminação, da variante Delta”, conta.
A descoberta dos casos da variante na cidade se deu a partir da remessa dos materiais biológicos para exames pelo Instituto Adolfo Lutz, que por sua vez realiza o sequenciamento genético das amostras positivas em São Paulo. A devolução dos resultados mostrou a ocorrência de 7 casos com a variante.
A enfermeira conta que em relação aos casos foram adotados mesmos procedimentos definidos no protocolo sanitário para a doença, com o isolamento familiar dessas pessoas e o acompanhamento pelos profissionais de saúde. Todos se recuperaram, sem agravamento e sem mortes. “Quero tranquilizar a população que esses casos da Delta não estão ativos. Aconteceram e foram controlados. Não queremos gerar desespero e angustia nas pessoas. Queremos que se conscientizem”, disse.
Márcia destaca que o êxito na recuperação desses pacientes, e na contenção da variante, teve a participação ativa e comprometida dos moradores infectados, em acolherem as orientações e o isolamento. “Esse trabalho trouxe resultados porque tivemos a colaboração de quem estava em isolamento. O comprometimento das pessoas infectadas nos favoreceu para que a gente pudesse controlar uma disseminação maior da variante”, esclarece. “Nesses casos de variante Delta houve muita colaboração”, ressalta.Marcia afirmou que após a ocorrência desses casos e as medidas de contenção adotadas, sobretudo o comprometimento com o isolamento durante o período da doença, não houve nenhum outro registro da variante na cidade.
Ainda em relação aos 7 casos com a variante Delta, alguns dos pacientes estavam com apenas um dose da vacina.
Depois de um período de quase dois meses sem casos fatais na cidade pela Covid-19, Lucélia teve na última quarta-feira (20) a morte de uma moradora da cidade, que trabalhava na Santa Casa. O caso não tem relação com a detecção das variantes.
Variante tem disseminação maior
De acordo com a enfermeira, os casos de variante Delta apresentam os mesmos sintomas já conhecidos para a doença. Porém, sua disseminação é mais rápida. “A disseminação da variante é mais rápida, é maior. A letalidade, que pode levar a óbito, não é tão grande. Mas a disseminação é muito maior. Acontece com muito mais rapidez”, alerta.
Essa condição exigiu a atenção do serviço público de saúde da cidade. “A gente tinha a preocupação de controlar o mais rápido e com a maior eficiência, para que não houvesse essa disseminação em uma escala maior”, explica. “Hoje estamos numa situação confortável em relação a isso. A gente não soube de mais nenhum caso da variante. E os casos suspeitos bem controlado. Isso não significa que as pessoas devem relaxar”, ressalta.
Ela reafirma o quanto é importante o compromisso daquelas pessoas positivas para o novo coronavírus, em respeitarem o isolamento. Segundo a enfermeira, quando ocorre a constatação são prestadas todas as orientações sobre os cuidados, tratamento e há inclusive a assinatura, pelo morador, de um termo de isolamento. “A gente explica, mas há pessoas que não obedecem. Encontramos no supermercado, por exemplo, aquela pessoa que deveria estar em isolamento”, explica.